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Camarada Garcia Recomenda #16 – Cinco recomendações musicais aleatórias

Camarada Garcia Recomenda #16 – Cinco recomendações musicais aleatórias
R.E.M., Buzzcocks, Patricio Rey, Nirvana e Ramones

Aqui estão cinco músicas aleatórias que, se você não conhece, deveria. Músicas (ou versões) que julgo não serem muito conhecidas (ou pelo menos não conhecidas o bastante), e que fazem parte da trilha sonora da minha vida (e podem fazer parte da sua também).

Feeling Gravitys Pull – R.E.M.

Sabe quando uma música marca um momento da sua vida? Esta estava tocando na hora que recebi em casa o primeiro exemplar do meu primeiro livro, Liber IMP. Só isso já bastaria para a incluir aqui, mas, além disso, é uma das minhas músicas preferidas.

Adoro a introdução: estranha e desorientadora, quase hostil. Apesar de dançante, é densa e acumula tanta tensão em seu conflito harmônico que o refrão é um prazeroso alívio. É brilhante como a música desliza para o refrão, e como Michael Stipe muda seu jeito de cantar, adotando flutuantes notas estendidas.

No final parece que os instrumentos vão se soltando um do outro e se perdendo. Às vezes me agrada, outras vezes não.


 Boredom – Buzzcocks

Boredom significa tédio, então aqui o Buzzcocks fez literalmente o que escreveu Cazuza “Transformar o tédio em melodia”. Como uma música divertida falando sobre o tédio não encaixaria, eles decidiram fazer o solo o mais entediante possível — duas notas repetidas como uma sirene. 

Vale lembrar que Buzzcocks foi uma das primeiras bandas punk da Inglaterra, e que o movimento fazia oposição ao rock progressivo, com seus músicos virtuosos e intermináveis solos. Portanto, um solo de duas notas foi revolucionário.


Fuegos de Octubre – Patricio Rey y sus Redonditos de Ricota

A Argentina teve uma cena new wave nos anos 80, como o álbum de estreia do Soda Stereo. Teve por lá também uma cena forte post punk trevoso, como esta música. Por não possuir teclado e sintetizadores, lembra mais bandas orgânicas do gênero, como Joy Division, Killing Joke e U2 (nos primeiros discos).


 Smells Like Teen Spirit – Nirvana

Um dos principais capítulos da história da cultura pop no final do século XX foi a breve e avassaladora trajetória do Nirvana. E dentro da história do Nirvana, um dos meus episódios preferidos foi esta apresentação no Top of the Pops — o maior e mais tradicional programa musical da Inglaterra.

A banda avacalhou a dublagem sem dó, em represália a terem sido obrigados a fazerem playback. Kurt Cobain insistiu que ao menos seu vocal fosse ao vivo, apenas para na hora cantar com uma voz grossa bizarra que posteriormente disse se tratar de uma paródia de Morrissey.


Danger Zone – Ramones

Dee Dee Ramone era o gabarito do punk. Ser mais punk que ele seria como ser mais narcisista que Narciso, ou mais maquiavélico que Maquiavel.

Além daquele seu vocal rouco feito concreto, ainda tinham as mais punks das letras, com suas poesias marginais e seus retratos das entranhas do submundo novaiorquino. Ninguém chegou tão baixo e tão alto como ele — exceto, talvez, Lou Reed.

A versão original de “Danger Zone” é cantada por Joey Ramone, mas eu não curto. Curto é a versão que entrou como bônus em alguma versão do “Too Tough To Die” com seu compositor Dee Dee no vocal. A última estrofe é óleo essencial de punk novaiorquino.


Ouça a playlist Camarada Garcia Recomenda no Spotify:


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André Garcia

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