Camarada Garcia Recomenda #12 – Cinco recomendações musicais aleatórias
Aqui estão cinco músicas aleatórias que, se você não conhece, deveria. Músicas (ou versões) que julgo não serem muito conhecidas (ou pelo menos não conhecidas o bastante), e que fazem parte da trilha sonora da minha vida (e podem fazer parte da sua também).
Sheebeen Queen – Rikki Ililonga
Eu dedico minha vida (entre outras coisas, como assistir filmes de terror com Vincent Price) a fazer com que mais pessoas conheçam o zamrock. Zamrock é a cena de rock psicodélico surgida na Zâmbia em meados dos anos 70. Eu já contei essa história em um capítulo do meu livro Liber IMP.
Pioneiro do gênero, no começo dos anos 70, Rikki Ililonga fez sucesso na capital com uma banda cover de Beatles chamada Lukasa Beatles. Depois, ele começou a fazer música autoral formando e liderando o Musi-O-Tunya, a seguir partindo em carreira solo.
Esta música apesar da produção precária, possui uma sonoridade incrível.
Love Like Blood – Killing Joke
Sempre achei a bateria desta introdução muito parecida com a de “Dr. Feelgood”, do Mötley Crüe — será mera coincidência? Não sei. Confesso não entender de Mötley Crüe o bastante para saber. Como se já não bastasse Kurt Cobain ter tirado “Come As You Are” de uma outra música deles…
Two Divided By Zero – Pet Shop Boys
Segundo o Spotify, esta foi uma das músicas que mais ouvi em 2023 — e isso em muito por ser a música mais kraftwerkiana do Pet Shop Boys. Lembra bastante o álbum “Technopop”.
O Kratwerk foi o grande difusor da música eletrônica no pop, entre meados dos anos 70 e meados da década seguinte. A partir dali, por outro lado, foi saindo de cena e dando espaço a herdeiros como New Order e Pet Shop Boys. Cada uma do seu jeito, essas bandas deram continuidade ao que eles começaram.
Para me conquistar, bastou a voz na introdução (que parece os primeiros aparelhos eletrônicos com voz que ouvi no começo dos anos 90 [provavelmente uma calculadora ou agenda eletrônica]).
TWO. DIVIDED BY. ZERO. ZERO. TWO. DIVIDED BY. ZERO ZERO ZERO.
Harder, Better, Faster, Stronger – Daft Punk
E por falar em cria do Kraftwerk…
Além de seu pop eletrônico tipicamente europeu, tão sofisticado quanto contagiante, o Daft Punk se destacava também por seu inconfundível vocal sinetizado. Bebendo na fonte do Kraftwerk, o duo levou a coisa muito além do tom monocórdico dos alemães.
Esta música é um ótimo exemplo de como o Daft Punk modulava o vocal acrobaticamente, de formas que até então pareciam impossíveis. É a melhor coisa da música.
A forma como a voz se distorce e entrelaça com a música é sinfônica — como um solo de Brian May.
Why Can’t I Touch It – Buzzcocks
Esta música é tão diferente do que fazia o Buzzcocks (e toda a galera punk da época) que recomendo até para quem não gosta. Alguns podem achar chato por repetir a mesma coisa por muito tempo, mas quem se ligar no ritmo vai curtir.
É pura festa!
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