Rolling Stones: Ron Wood relembra sua última conversa com Charlie Watts

Enquanto escrevi isto, o lançamento de “Hackney Diamonds”, dos Rolling Stones, era uma questão de horas; 48, para ser mais exato. Por ser o primeiro trabalho de inéditas desde “A Bigger Bang” (2005) — e pelas chances de que possa ser o último —, as expectativas estão altas. Ainda amais com as críticas positivas que vem recebendo.

Para promover o lançamento, a banda vem se dedicando a dar entrevistas. Além do vindouro álbum, um dos assuntos que sempre são abordados é Charlie Watts. Afinal de contas, se trata do primeiro disco deles após a morte de seu eterno baterista, em 2021.  Em uma dessas entrevistas, dada à NME, o guitarrista Ron Wood foi perguntado se a presença de Charlie foi sentida no estúdio. Após responder positivamente que sentiram sua presença “o tempo todo”, ele revelou como foi a última conversa deles:

“Fui o último a visitar Charlie no hospital, em Londres, antes de ele falecer. Ele disse: ‘Quero sair deste maldito lugar, mas até lá, você pode garantir que Steve Jordan carregue a bandeira por mim?’ E eu respondi: ‘Não se preocupe com isso. Você está coberto.’ Aí então ele disse: ‘Certo. Agora vai embora para que eu possa assistir Frankie Dettori [jóquei italiano] na TV!’ Ele adorava corridas de cavalos, o Charlie.”

Em outra entrevista recente, essa dada ao Howard Stern Show, Keith Richards também relembrou Charlie Watts:

“Sinto falta de Charlie todos os dias. Quando saio do meu quarto, a primeira coisa que vejo é um retrato de Charlie na escada — sempre dou uma saudação a ele no caminho. Charlie Watts era um cara e tanto. Ele tinha um feeling, uma sutileza… Ele lançava ideias que você nem tinha realmente pensado, e ao mesmo tempo, uma batida tão sólida. Eu nunca precisei me preocupar com nada, o que dava ao restante de nós liberdade para voar. Você nunca tinha que pensar se a batida funcionaria ou não.”

Charlie Watts era melhor que John Bonham e Keith Moon, segundo Ginger Baker

Em entrevista para a rádio em 2013, Ginger Baker, ex-baterista do Cream, falou sobre John Bonham e Keith Moon:

“Não estão no mesmo nível [que eu], e nunca estiveram. Eles não compreendem a música. Eles não tinham swing — e, se você não tem aquele swing, o que você toca não significa nada. [Eles] tocam dum-pa-dum-pa [imita], e só. Charlie [Watts (Rolling Stones)] toca melhor do que qualquer um deles. Ele tem swing; eles não.”