...

Phil Lynott queria reformar o Thin Lizzy para o Live Aid, mas ficou de fora

Phil Lynott queria reformar o Thin Lizzy para o Live Aid, mas ficou de fora
Thin Lizzy com John Sykes em 1983

Ao longo da segunda metade dos anos 70, Thin Lizzy foi um dos maiores nomes do hard rock, com álbuns como “Jailbreak” (1976), “Live and Dangerous” (1978) e “Black Rose: A Rock Legend” (1979). 

Infelizmente, a banda jamais alcançou o sucesso e o reconhecimento que merecia, o que frustrava seu frontman e líder Phil Lynott. Dessa forma, ele foi afundando mais e mais no vício em heroína e na bebida, debilitando sua saúde física e mental.

Após a separação do Thin Lizzy em 1983, ele formou o Grand Slam que foi um fracasso e sequer conseguiu assinar com alguma gravadora. Para piorar, sua tentativa de carreira solo foi pouco expressiva. Entregue ao abuso químico e deprimido, ele sentia ser o fim da linha. Em 1985 — seu último ano de vida —, entretanto, ele chegou a discutir a ideia de reformar a banda com seu baterista e co-fundador Brian Downey. 

Portanto, o baixista viu uma luz no fim do túnel com o anúncio do Live Aid — festival de proporções sem precedentes organizado por dois amigos: Bob Geldof e Midge Ure. Conforme publicado pela Far Out Magazine, Phil Lynott queria reformar o Thin Lizzy para um retorno triunfal no Live Aid, e ficou arrasado ao ter sido deixado de fora. 

O retorno triunfal que não aconteceu

Graeme Thomson, autor da biografia Cowboy Song: The Authorized Biography of Phillip Lynott, em entrevista de 2016 contou:

“Não foi em que pensaram ‘Não, melhor não’. Na verdade, ele não foi sequer cogitado. Acho que isso diz muito sobre a situação em que ele estava. E olha que aquilo foi apenas seis meses antes de ele morrer.”

Midge Ure, que além de amigo de Lynott já havia tido uma breve passagem pelo Thin Lizzy, no mesmo livro demonstrou um certo remorso: 

“Se ele estivesse bem e saudável, aquilo poderia ter sido um momento Queen [que estava em baixa e fez seu retorno triunfal no festival]. Mas nunca passou pelas nossas mentes, e olha que éramos bons amigos dele. Acho que ele se sentiu profundamente traído com aquilo. Acho que se tivéssemos feito [um convite para o Live Aid], o [Thin] Lizzy teria se reunido.”

Graeme Thomson acrescentou:

“Há algo bem comovente nisso. Ele não era do tipo que desabafaria sobre, mas creio que aquilo teve um impacto profundo. Foi alguém olhando literalmente de fora para aquele festival acontecendo, aquela celebração do rock… e ele foi claramente deixado de fora.”

Bob Geldof ficou famoso na Irlanda e no Reino Unido na segunda metade dos anos 70 com a banda The Boomtown Rats. Em 1976, eles assinaram contrato com a Ensign Records, e adivinha graças à ajuda de quem? Phil Lynott.

Phil Lynott morreu eu 4 de janeiro de pneumonia e ataque cardíaco. Sua saúde já estava severamente debilitada pelos anos de abuso.


Midge Ure relembra sua passagem pelo Thin Lizzy

Em entrevista para a Classic Rock, Midge falou sobre seu período na banda:

“Em julho de 1979, eu estava trabalhando no primeiro disco do Ultravox quando recebi um telefonema me pedindo para ir aos Estados Unidos ajudar o Thin Lizzy a terminar a turnê com o Journey, depois de Gary Moore cair fora. Aquele era o conto dos excessos do rock do final dos anos 70. Aquilo era tão ridículo, louco e incrível quanto eu imaginava que uma turnê daquela proporção deveria ser. “

“‘The Boys Are Back In Town” foi um hit enorme por lá, então o [Thin] Lizzy teve uma grande recepção por onde passou. E Phil me carregava em sua aba, como um irmão mais novo. Posteriormente, soube por Scott [Gorham] que ele tinha convencido a banda de que eu sabia todas as músicas (e eu não sabia nada). Mas trabalhei duro para dar conta. Se foi divertido? Ô se foi!”


Curtiu? Compartilhe!

André Garcia

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Seraphinite AcceleratorOptimized by Seraphinite Accelerator
Turns on site high speed to be attractive for people and search engines.