Para Nile Rodgers, David Bowie não faria sucesso na indústria musical de hoje
De seus tempos de guitarrista do Chic nos anos 70 até sua parceria com o Daft Punk em “Get Lucky” em 2013, passando por sua colaboração com David Bowie em “Let’s Dance” (1983), Nile Rodgers escreveu seu nome da história na música pop. Isso sem contar em sua extensa carreira como produtor.
Já há meio século nessa vida, conforme publicado pela NME, recentemente ele compareceu ao parlamento britânico, no Comitê de Cultura, Mídia e Esportes. Lá, ele falou sobre a atual situação da indústria musical, e denunciou a exploração que músicos e compositores sofrem nas plataformas de streaming como o Spotify.
Nile reconheceu o streaming como uma tecnologia “incrível”, mas lamentou que “os negócios que cercam o streaming mudaram a indústria consideravelmente — e não foi para melhor”.
“Tenho 71 anos, estou nessa há 50 anos da minha vida. Em 50 anos, você pensaria que, com o advento de todas as novas tecnologias, pessoas como eu teriam uma vida muito melhor, que as coisas ficariam mais fáceis, que todos lucraríamos juntos… mas não foi o caso. Há algo terrivelmente errado com isso.”
A título de comparação, ele declarou que um artista nos anos 70 e 80 contava com o suporte das gravadoras. Hoje em dia, por outro lado, com as gravadoras restringindo o investimento apenas aos artistas de retorno mais imediato e garantido, alguém como David Bowie não faria sucesso.
“[As gravadoras] deram todo o tempo para ele [David Bowie] tentar fazer um sucesso. […] Assumiram a responsabilidade financeira e sustentaram os artistas que acreditavam que, em algum momento, finalmente fariam sucesso. Aqueles dias ficaram totalmente para trás.”
Rodgers, que trabalhou com David Bowie em seu álbum mais bem-sucedido, “Let’s Dance” (1983), contou que o Camaleão do Rock “pagou a produção do próprio bolso” após ter sido “dispensado” pela gravadora RCA após “Scary Monsters” (1980).