O que significam os símbolos usados como nome pelos membros do Led Zeppelin?
Paul McCartney morreu e foi substituído por um sósia? “Sympathy for the Devil” significa que os Rolling Stones fizeram pacto com o diabo? Jimi Hendrix foi morto pelo governo dos Estados Unidos? Jim Morrison forjou a própria morte? Não há banda popular o bastante que não possa se beneficiar de uma aura mística e misteriosa para ser ainda maior no consciente coletivo.
Uma das bandas que melhor compreenderam e se utilizaram disso foi o Led Zeppelin. Não são poucos os elementos de misticismo e mistério que circulam o banda. O melhor exemplo disso é os quatro símbolos que eles utilizaram a partir de 1971 para se referir a eles mesmos. Algo que no ocultismo recebe o nome de sigilo.
As misteriosas imagens apareceram pela primeira vez em teasers em anúncios em publicações musicais roqueiras, juntos às capas de seus três (e então únicos) álbuns de estúdio.
O “Led Zeppelin IV” (1971) não é um título oficial, mas um apelido dado pelos fãs. O mais perto que o álbum tinha de um título oficial era os quatro símbolos — que ninguém sabia (e até hoje não sabe) como pronunciar.
Sobre aquela curiosa escolha, Jimmy Page respondeu na época que a ideia foi originalmente tirar o nome deles da boca dos críticos:
“Depois de todas as m*rdas que recebemos dos críticos, sugeri a todos que seria uma boa ideia lançar algo completamente anônimo. Inicialmente, eu queria apenas um símbolo nele, mas depois foi decidido que, como era nosso quarto álbum e havia quatro de nós, cada um poderia escolher o seu próprio símbolo. Eu desenhei o meu, e os outros tinham suas próprias razões para usar os símbolos que escolheram.”
Meio século se passou, e até hoje fãs tentam decifrar o significado por trás daqueles símbolos. Ainda mais depois do surgimento da internet.
O (suposto) significado de cada símbolo
Conforme publicado pela Classic Rock, acredita-se que a escolha de ambos os John foram tiradas do livro The Book of Signs (O livro dos signos, em livre tradução) de Rudolph Koch. As três elipses pontiagudas sobre um círculo John Paul Jones significaria confiança e competência, enquanto os três círculos sobrepostos de John Bonham significariam a tríade mãe, pai e filho. Curiosamente, hoje em dia seu filho, Jason Bonham, também baterista, usa o símbolo do pai em sua bateria.
Já Robert Plant, principal letrista da banda, possuía o símbolo o mais fácil de entender: uma pena dentro de um círculo. Acredita-se que tenha sido retirado do livro The Sacred Symbols of Mu (Os símbolos sagrados de Mu, em livre tradução), de Colonel James. Na cultura egípcia, a pena representa a deusa da justiça e é o emblema do escritor. “A pena é um símbolo em que todo tipo de filosofia foi baseado”, contou certa vez o vocalista. “Por exemplo, representa as tribos indígenas.”
O símbolo mais misterioso é o de Jimmy Page — o membro mais ligado ao ocultismo, e adepto da thelema. Ele foi encontrado no livro Le Triple Vocabulaire Infernal Manuel du Demonomane (Manual demonomaníaco do vocabulário triplo infernal, em livre tradução), publicado no século XIX.
O guitarrista, entretanto, até hoje mantém sua escolha em segredo. “Meu símbolo era sobre invocação e ser evocativo. Isso é tudo que direi sobre ele”, respondeu em 2001 ao escritor Mick Wall. Até hoje Jimmy Page usa o sigilo “Zoso” como uma espécie de assinatura. Sua autobiografia Jimmy Page By Jimmy Page, por exemplo, o carrega na capa.
Jimmy Page já morou em mansão assombrada onde morava Aleister Crowley
A mansão Boleskine House foi construída no século XVIII, na Escócia. Reza a lenda ali ficava uma igreja que misteriosamente pegou fogo, matando todos os fiéis que lá estavam. Em 1889, ela foi adquirida pelo sinistro ocultista Aleister Crowley, conhecido como A Besta, que teria realizado nela diversos rituais.
Jimmy Page, discípulo de seus ensinamentos, comprou a propriedade em 1971. Segundo a Guitar, ele contou à Rolling Stone em 1975:
“As más vibrações já estavam lá. Um homem foi decapitado lá, então às vezes você ouvia a cabeça dele rolando pelas escadas. Claro, depois de Crowley tiveram suicídios, gente que foi parar em hospícios.”