Robert Smith: “Bebo vinho para compor algo triste, e sidra para algo alegre”
Desde sempre, no mundo da música não é novidade alguma que compositores recorram a substâncias — lícitas ou não — para atrair a musa da inspiração. E cada substância, por provocar uma alteração mental diferente, inspira um tipo de música diferente. Grunge, reggae, heavy metal, rock progressivo… Há até gêneros que possuem sua própria substância de estimação.
Robert Smith é não só o fundador, vocalista, guitarrista e líder do The Cure, como também é o seu compositor. E com ele não era diferente — ele também tinha determinadas substâncias para fazer determinados tipos de música.
Conforme publicado pela Classic Rock, em entrevista à revista Select em 1993, Smith fez uma curiosa revelação:
“Às vezes, sento e fico bêbado para poder escrever alguma coisa. O que bebo depende do que quero escrever. Bebo uma caixa de três litros de vinho tinto se quero algo bem triste, e bebo sidra se quero algo mais alegre. Escrevo seis páginas e as deixo de lado por um dia. Na noite seguinte pego e penso ‘São as mesmas coisas de sempre’. Então, eu rasgo em pedaços bem pequenos e fico puto comigo mesmo por ter perdido meu tempo, enquanto poderia ter lido um livro ou assistindo a um bom filme.”
Seguindo a lógica de Robert Smith, ele deve ter bebido uma caixa de vinho quando compôs “If Only Tonight We Could Sleep” e uma caixa de sidra quando compôs “Just Like Heaven” — ambas do mesmo álbum, “Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me” (1986).
Robert Smith já gravou músicas em um banheiro sujo
Conforme publicado pela Far Out Magazine, em entrevista para a Rolling Stone em 2004, Robert Smith revelou que o “Pornography” (1983) teve músicas gravadas num banheiro sujo para obter uma atmosfera decadente:
“Durante [a gravação de] ‘Pornography’ [1983], a banda estava desabando por causa da bebida e das drogas. Eu estava bem seriamente estressado na maior parte do tempo […] Nós gravamos algumas das músicas num banheiro, para obter um sentimento realmente horrível, porque os banheiros eram sujos e sinistros. […] Eu tenho uma foto minha sentado no vaso, vestido, tentando finalizar alguma das letras. É uma foto trágica. Nós mergulhamos no lado mais sórdido da vida”