Camarada Garcia Recomenda #17 – Cinco recomendações musicais aleatórias

Aqui estão cinco músicas aleatórias que, se você não conhece, deveria. Músicas (ou versões) que julgo não serem muito conhecidas (ou pelo menos não conhecidas o bastante), e que fazem parte da trilha sonora da minha vida (e podem fazer parte da sua também).

Sheebeen Queen – Rikki Ililonga

Em meados dos anos 70, a Zâmbia teve uma efervescente cena de rock psicodélico local chamada zamrock. Um de seus pioneiros foi Rikki Ililonga, que iniciou sua carreira com uma banda cover de Beatles na capital. Após formar o Musi-O-Tunya, ele saiu em carreira solo. Eu conto essa história em um capítulo do meu livro Liber IMP.

Já faz uns dois ou três anos que venho tentando convencer alguém a ouvir zamrock. Ainda não consegui, mas não desisto! Esta música recomendo muito por sua sonoridade ímpar. 

Harder, Better, Faster, Stronger – Daft Punk

Entre outras (muitas) coias, o duo francês Daft Punk se destacava por seu soberbo uso de vocal sintetizado. Uma das maiores inspirações deles, o Kraftwerk já cantava com “voz de robô” há décadas, só que mais monocórdico. 

Nas mãos do Daft Punk o recurso foi usado de forma maestral e acrobática que até então parecia impossível. É a melhor coisa da música, a forma sinfônica como a voz se distorce e entrelaça com a música — como um solo de Brian May.

 Boys Keep Swinging – David Bowie

Músicas marcam, e nem sempre por bons motivos. Esta música nunca foram lá das minhas favoritas de Bowie, mas ela me marcou no documentário Five Years — que conta os últimos cinco anos de vida do Camaleão do Rock. 

Lá, ela toca logo em seguida à morte dele, o momento mais comovente do filme. Me soou tão bola fora que marcou minha memória. Para mim, foi como tocar “Instant Karma” depois de mostrar a morte de John Lennon.

Digital – Joy Division 

O Joy Division (originalmente chamado Warsaw) foi formado pouco após a primeira passagem dos Sex Pistols por Manchester. Embora seja uma banda post punk, em seus primórdios tinha uma pegada bem mais punk. Esta música é uma das que melhor representam essa fase para mim.

 Maybe I’m Amazed – The Faces

Composta por Paul McCartney em meio ao final dos Beatles, esta música foi um de seus primeiros sucessos como artista solo. Eu curto, mas não tanto quanto esta versão em específico do The Faces. Para mim, nenhuma outra versão se compara — nem do Faces (que a tocava regularmente) e nem do próprio McCartney.

Grande vocal de Rod Stewart, grande dueto dele com o baixista Ronnie Lane, grande solo de Ron Wood… O finalzinho, com cara de jam, é a cereja do bolo.

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