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Camarada Garcia Recomenda #10 – Cinco recomendações musicais aleatórias

Camarada Garcia Recomenda #10 – Cinco recomendações musicais aleatórias
Ngozi Family, Ira!, Stevie Wonder, Cat Stevens e Legião Urbana

Aqui estão cinco músicas aleatórias que, se você não conhece, deveria. Músicas (ou versões) que julgo não serem muito conhecidas (ou pelo menos não conhecidas o bastante), e que fazem parte da trilha sonora da minha vida (e podem fazer parte da sua também).

Kumanda Kwa Bambo Wanda – Ngozi Family

Zamrock é a cena de rock psicodélico que surgiu na Zâmbia em meados dos anos 70. A história da cena é muito bonita e inspiradora, eu a contei em um capítulo no meu livro Liber IMP

As bandas eram em geral muito influenciadas por coisas como Beatles, James Brown e Santana, mas Ngozi Family fazia uma linha mais Black Sabbath e Blue Cheer. Está música é a “War Pigs” africana. Caso esteja se perguntando, “kumanda kwa bambo wanda” significa “chamado de nossos ancestrais”.


Envelheço na Cidade – Ira!

A década de 80 foi curiosa no rock nacional: Blitz surgiu como o B52s brasileiro, Paralamas do Sucesso era o The Police, Legião Urbana era o The Smiths, Barão Vermelho eram um Rolling Stones new wave… e o Ira! era o The Jam.

Como quase todo mundo que nasceu no Rio de Janeiro nos anos 80, cresci torcendo o nariz para o Ira! e considerando que eles eram “paulistas demais” pro meu gosto. Foi essa música que me fez começar a gostar deles, e decidir dar uma chance. Continuo achando paulista demais — ou melhor, paulistano demais —, mas agora acho isso bom. 


Signed, Sealed, Delivered (I’m Yours) – Stevie Wonder

Minha primeira música preferida de Stevie Wonder. Eu já conhecia alguma coisa dele, mas, achava que tudo dele era tipo “I Just Called to Say I Love You”. Foi essa música que me mostrou que ele antes fazia outro tipo de som. 

Tudo nela é maravilhoso, melodias perfeitas, tudo perfeito — uma sinfonia de good vibes. Ouça com fones de ouvido e preste atenção em quantos instrumentos, camadas sonoras e melodias diferentes (mas convergentes) rolam ao mesmo tempo.

Eu já vi na TV britânica um comercial de transportadora (tipo Sedex) com o jogador Kevin De Bruyne (do Manchester City) que tocava esta música. Imagina só o quanto a empresa teve que desembolsar!


Moonshadow – Cat Stevens

Certa vez, vi Dado Villa-Lobos dizendo que, quando a Legião Urbana estava para gravar seu segundo disco, Renato Russo deu a ele uma fita. Seu conteúdo era composto de faixas acústicas que representavam o som de violão que ele queria para o novo trabalho, e esta era uma delas.

Embora seja curta, muita coisa acontece nesta música. Gosto da virada inesperada que conduz para uma liberação de energia no final. Uma bela resolução para um belo desenvolvimento. Baita composição.


Por Enquanto – Legião Urbana

Nos idos dos anos 90, confesso que fui um garoto inocente de bochechas rosadas que odiava bateria eletrônica e qualquer coisa que remetesse a música eletrônica. Mesmo assim, quando ouvi esta música pela primeira vez, fiquei impressionado por suas camadas de sintetizadores gélidos sobrepostos e pela bateria eletrônica minimalista, crua e seca. 

Aquilo soava para mim quase que como ficção científica; um futurismo já retrô. A produção soava rudimentar, mas isso só deixou o resultado ainda mais autêntico. Aquilo foi uns 15 anos antes de eu descobrir Joy Division, New Order e Kraftwerk.

O único mal dessa música é que ela acaba. Ela tinha que repetir os versos (como fez Cássia Eller em sua versão). 


Ouça a playlist Camarada Garcia Recomenda no Spotify:


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André Garcia

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