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Webzine Um Garoto Chamado Suely ilustra clássico de Johnny Cash com imagens geradas com IA

Webzine Um Garoto Chamado Suely ilustra clássico de Johnny Cash com imagens geradas com IA
Capa do webzine Um Garoto Chamado Suely, de André Garcia

De autoria deste que vos escreve, o webzine Um Garoto Chamado Suely é um clipezine inspirado no clássico de Johnny Cash “A Boy Named Sue”, de autoria de Shel Silverstein — em tradução de André Garcia.

Diagramado no Canva, foi inspirado na estética das histórias em quadrinhos pulp, muito populares nos anos 30 e 40. Todas as ilustrações foram geradas por André Garcia usando a inteligência artificial DALL-E 3 por meio do Microsoft Bing. Todas as ferramentas foram utilizadas em suas versões gratuitas.

O webzine Um Garoto Chamado Suely está disponível gratuitamente, mas você pode apoiar meu trabalho fazendo um pix de qualquer valor para amdreh@gmail.com, ou usando o querycode no final do pdf acima.

Um Menino Chamado Suely (Tradução de André Garcia)

Meu pai fugiu de casa quando eu tinha três anos de idade
Para mim e minha mãe deixou só escassez e adversidade
Só deixou um violão velho e uma garrafa vazia de whisky
Eu nem o culpo por ter fugido e desaparecido
E sim pela coisa mais cruel que poderia ter me feito
Que foi antes de partir me batizar com o nome Suely

Ele com aquilo deve ter dado muita risada 
E eu de muita gente ouvindo muita piada
Tive que brigar toda minha vida até aqui
Se alguma menina gargalhasse eu perdia a calma
Se algum menino risse eu lhe quebrava a cara
A vida não é fácil para um garoto chamado Suely

Assim tive que crescer rápido e impiedoso
Com punhos duros como pedra e malicioso
De cidade em cidade para fugir da vergonha que dominou
Mas eu jurei pela lua e cada estrela a brilhar
Que caçaria até o último cabaré e bar
E acabaria com o homem que com aquele nome me amaldiçoou

Foi em Gatlinburg em um julho cinzento
Cheguei na cidade me sentindo sedento
Então decidi que ia tomar uma cerveja por ali
Em um velho saloon numa rua enlameada
Sentado numa mesa jogando cartas lá estava
Sentado o cão sujo e sarnento que me batizou Suely

Identifiquei que era meu pai aquela víbora
Por uma velha fotografia que minha mãe possuía
Ele tinha a minha cara e reconheci seu olhar
Ele era grande, mas grisalho, velho e curvado
Eu o encarei de frente com o sangue gelado
E disse: "Olá! Meu nome é Suely, e agora vou te matar!"

Eu o acertei no meio da fuça sem defesa
Ele caiu no chão, mas para minha surpresa
Puxou um punhal e quase arrancou fora a minha orelha
Aí eu quebrei uma cadeira bem na sua cara
Nos agarramos e caímos do lado de fora
Trocando porrada numa poça de sangue e cerveja

Vou te contar, lutamos como homens de verdade
Mas não lembro com muito detalhe
Só que ele batia como uma mula e mordia como um crocodilo
Eu ouvi um som que parecia uma risada irritante
Ele ameaçou sacar a arma, mas saquei a minha antes
Lá estava ele olhando para mim, e eu o vi sorrindo

Ele disse: "Filho, este mundo é abominável"
"Para sobreviver, você tem que ser implacável"
"Eu sabia que não estaria lá para te proteger"
"Então te dei aquele nome antes de partir"
"Sabia que você teria que lutar ou ia sucumbir"
"Foi aquele nome que te obrigou a se fortalecer"

"Você me orgulhou com uma luta formidável"
"Sei que me odeia e se me matar será compreensível"
"Não o culparei se assim você decidir"
"Mas terá de me agradecer antes de me dar cabo"
"Pelo tanto que já te fiz sofrer e ser humilhado"
"Porque eu fui o filho da puta que te batizou Suely"

Fiquei com um nó na garganta e tirei o dedo do gatilho
Eu chamei ele de pai, ele me chamou de filho
E mudei meu ponto de vista a partir dali
Vira e mexe me pego pensando nisso
O que quero, consigo; e se um dia tiver um menino...
Ele vai se chamar Frank, George, Bill, Tom... qualquer merda menos Suely!

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André Garcia

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