Talking Heads: De onde foi tirado o nome da banda?
Talking head (cabeça falante), é uma expressão que em inglês pode significar diferentes coisas a depender do contexto: informalmente, é alguém que fala muito e pouco diz; no audiovisual, é um vídeo onde o entrevistado monologa com a câmera; no cinema, é um personagem que fala sem parar em uma cena que careça de criatividade para elaborar algo mais sofisticado.
Já no contexto musical, Talking Heads é uma das maiores bandas de rock alternativo e new wave dos Estados Unidos. Mas você já se perguntou de onde eles tiraram esse nome?
Conforme publicado pela Far Out Magazine, em Remain in Love — autobiografia do baterista Chris Frantz, publicada em 2020 —‚ ele revelou que já tiveram muitos nomes antes do que ficou: Vogue Dots, Billionaires, Tunnel Tones e Videos estão entre os que foram considerados.
Foi através do amigo Michael ‘Wayne’ Zieve (que escreveu a letra de “Artists Only”, do segundo álbum da banda) que o icônico nome surgiu. Segundo Frantz, Zieve certo dia os visitou com um guia televisivo contento termos técnicos utilizado por operadores de câmera — entre eles estava “Talking head”. “O mais chato, mas mais informativo formato da televisão”, disse ele antes de acrescentar, “Vocês deveriam chamar a banda de Talking Heads!”
E assim foi. O resto é história.
Famoso por sua mistura de música pop com experimentações sonoras e world music, o Talking Heads foi formado em 1975, em Nova Iorque. Conterrâneos e contemporâneos dos Ramones, Television e Patti Smith, formou ao lado deles a primeira cena punk do planeta no lendário (e, infelizmente, já extinto) clube CBGB. Sempre com a mesma formação, durou até 1991, mas teve seu auge entre o final dos anos 70 e começo da década seguinte, com álbuns produzidos por Brian Eno. Já seu auge de popularidade foi em meados dos anos 80, com hits como “Burning Down the House” emplacando na MTV.
O bizarro conselho que Lou Reed deu ao então desconhecido Talking Heads
Conforme publicado pela Far Out Magazine, o baterista Chris Frantz relembrou, também em sua autobiografia, o primeiro encontro que o então iniciante Talking Heads teve com o já lendário Lou Reed:
Como lhe era peculiar, Lou fez críticas ao show da banda, e a aconselhou a diminuir a velocidade de “Tentative Decisions” (que seria lançada no álbum de estreia, “Talking Heads: 77”, de 1977). Além disso, ele sugeriu ao vocalista David Byrne que usasse camisas de manga comprida para esconder seus braços peludos.
Coincidência ou não, se você procurar fotos antigas da banda, quase sempre vai encontrar Byrne com os braços cobertos.
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