Surgimento do Van Halen fez Joe Perry sentir o Aerosmith “despreparado para os anos 80”
O Aerosmith se consagrou uma das maiores bandas de hard rock dos Estados Unidos em meados da década de 70. Bastou poucos anos, entretanto, para que tensões internas, abusos químicos e divergências criativas levassem a um período de baixa, e até à saída do guitarrista Joe Perry.
Em recente entrevista para a Guitar World, ele revelou o papel que o surgimento do Van Halen, em 1978, teve para que ele sentisse que “não estávamos prontos para os anos 80”, e que “era hora de dar um tempo”:
“Estávamos nos aproximando dos anos 80… e eu ainda me lembro de ouvir o primeiro disco do Van Halen e curtir pra c*ralho! Tipo, que disco f*da! A forma como Eddie tocava guitarra era simplesmente incrível: ele revolucionou a guitarra e estava fazendo coisas que eu nunca tinha ouvido antes. Eu sabia que era hora de dar um tempo [com o Aerosmith] porque novas ideias eram necessárias. Mas também precisávamos reajustar nossos objetivos e reaprender a conviver novamente. Lembro-me de ter dito: ‘Não estamos prontos para os anos 80’. Não sei por que disse isso; foi só uma vibe, um sentimento que eu tive.”
Para Joe Perry, parceria com Run-D.M.C. salvou o Aerosmith
Ao longo da primeira metade dos anos 80, o Aerosmith passou por um período de vacas magras. A virada de chave foi após o retorno de Perry, com a parceria com Rick Rubin e o trio rapper Run-D.M.C. em “Walk This Way”. Aquilo não apenas salvou a carreira da banda como mudou a música pop ao derrubar as barreiras entre o rock e o então emergente rap.
“Provavelmente a coisa mais importante foi fazer aquela parada com Run-D.M.C.”, relembrou o guitarrista à Ultimate Classic Rock. “Foi histórico. Nós literalmente derrubamos barreiras. Não foi algo que paramos para planejar, aquilo simplesmente aconteceu — e foi ótimo! Mas o que aquilo fez com a música, levando o rap para a MTV pela primeira vez, foi grande. Foi mais que um mero clipe fazendo sucesso na MTV, foi um marco que mudou as coisas. Eu tenho muito orgulho de ter feito parte daquilo. Derrubar a parede que nos separava [no clipe], o simbolismo foi incrível.”