Steve Hackett revela como competitividade excessiva atrapalhava o Genesis
No começo dos anos 70, na Inglaterra, o rock progressivo viveu seu auge: todos os seus maiores representantes estavam sem seu auge: Yes, King Crimson, Pink Floyd, Emerson Lake & Palmer… e o Genesis, é claro.
O Genesis foi sem sombra de dúvidas uma das maiores bandas progressivas de todos os tempos no período de 1971 a 74, quando durou a formação Peter Gabriel (vocalista), Steve Hackett (guitarra), Mike Rutherford (baixo), Tony Banks (teclados) e Phil Collins (bateria).
Era tanto músico genial que até em um álbum duplo faltava espaço para tanta genialidade, o que levou a frustrações, tensões e competições. Em entrevista para a Ultimate Guitar, Hackett relembrou o que levou a banda a rachar:
“Eu diria que trabalhar com Peter Gabriel foi um pouco mais fácil nas fases iniciais do Genesis. E acho que fizemos alguns álbuns maravilhosos juntos — ‘Foxtrot’ [1972] e ‘Selling England By The Pound’ [1973], para mim, são álbuns fenomenais. Não acho que tenha uma única faixa fraca neles. E essa é a força de uma equipe de composição coletiva trabalhando junta.
“Quando chegou em ‘The Lamb Lies Down On Broadway’ [1974] (o último álbum de Peter Gabriel com o Genesis) a banda começou a se fragmentar em facções. Era óbvio que Peter não ia ficar. Parecia haver uma competição entre Peter e Tony para ver quanto espaço de áudio eles podiam preencher.”
“Aí você tinha um trabalho lotado de teclados virtuosos e lotado de letras movidas por narrativa de Peter. E esses dois caminhos pareciam estar em conflito na maior parte do tempo. Ficou mais difícil decidir o que os outros instrumentos podiam fazer, porque havia menos ‘espaço para respirar’.”
Após a saída de Peter Gabriel, o Genesis seguiu como quarteto até 1977, quando foram reduzidos a trio pela saída de Steve. Nessa formação eles mudaram para um som mais pop e brilharam durante os anos 80.