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Roger Waters em 1992 detonou primeiro disco do Pink Floyd: “Éramos inúteis”

Roger Waters em 1992 detonou primeiro disco do Pink Floyd: “Éramos inúteis”
"The Piper at the Gates of Dawn" em vinil

A maioria dos fãs do Pink Floyd preferem a fase em que a banda foi liderada por Roger Waters. Ao longo de toda a década de 70, com uma espantosa consistência, foi uma sequência de obras-primas lançadas a cada dois anos: “Meddle” (1971), “The Dark Side of the Moon” (1973), “Wish You Were Here” (1975), “Animals” (1977) e “The Wall” (1979).

Há também aqueles que preferem a fase liderada por David Gilmour, principalmente pela década de 90, com “The Division Bell” (1994) e “Pulse” (1995). Não podemos esquecer, entretanto, dos que preferem quando o Pink Floyd era a banda de Syd Barrett, fase essa eternizada por seu álbum de estreia “The Piper at the Gates of Dawn” (1967). 

Com Syd como guitarrista, vocalista, letrista e principal compositor, em estúdio a banda fazia um rock psicodélico lúdico e surrealista. Ao vivo, eles faziam apresentações que uniam show de luzes com longas e experimentais sessões de improviso.


“Éramos risíveis; éramos inúteis”

Conforme publicado pelo site pinkfloydz, em entrevista à revista Q em 1992, Roger Waters detonou aquela fase de sua carreira. Ao ser questionado sobre aqueles “grandes tempos”, ele respondeu:

“Não, não foram [grandes tempos]. Eu não gostaria de  voltar àqueles tempos de jeito nenhum. Não havia nada de grandioso naquilo. Éramos risíveis. Éramos inúteis. A gente não tocava nada, então tivemos que fazer algo estúpido e ‘experimental’. Bem, aquilo era o Syd. Syd era um gênio. Mas eu não gostaria de voltar a tocar ‘Interstellar Overdrive’ por horas a fio.”

Syd Barrett, que era autista, bipolar e esquizofrênico, teve problemas com o consumo de LSD. Em 1968, ele foi afastado e, no começo da década seguinte, teve que abrir mão até mesmo de sua carreira solo e abandonar a música para viver uma vida reclusa morando com sua família. Ao ser questionado sobre ele, Waters respondeu:

“Sei lá, Não o vejo há 10 anos… mais de 10 anos, provavelmente. Não sei o que deu errado com Syd, porque não sou um especialista no que quer que tenha sido, no que chamam de esquizofrenia. Não sei muito sobre isso. Syd era extraordinariamente encantador e atraente, vivo e talentoso, mas… o que quer que tenha acontecido com ele, aconteceu com ele.”


Roger Waters relembra a queda de Syd Barrett

Em entrevista ao podcast de Joe Rogan, o baixista  relembrou o triste fim da promissora trajetória de Syd Barrett:

“Syd enlouqueceu em 1967. Em 1969, a gente já nem o via mais, ele tinha desaparecido completamente. [Se ele enlouqueceu por causa do LSD?] Eu acho que não, mas essa é a narrativa — uma das narrativas. Pode ter sido porque ele andava com o pessoal que tomava ácido frequentemente, creio eu. E sei ao certo que ele tomou muito daquilo, muito mesmo. Mas será que ele já não estava desenvolvendo o que chamamos de esquizofrenia? Creio que provavelmente sim.”

“[…] Foi quando ‘See Emily Play’ saiu, e nós começamos a tocar em programas de TV na Inglaterra. Ele ficou muito esquisito. […] Ele foi ficando mais e mais desconectado até que ficou completamente maluco, não fazia mais sentido nenhum. […] Fiz muitas tentativas de descobrir qual era o problema e avisar sua família. […] Um de seus irmãos foi até Londres, viu ele e me ligou dizendo ‘Ele está bem; teve uns problemas, mas está bem’. [Eu respondi] ‘Não, não está! Acredite em mim, eu moro com ele!'”


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André Garcia

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