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Paul Stanley declara seu amor por “Back in Black”, seu álbum favorito do AC/DC

Paul Stanley declara seu amor por “Back in Black”, seu álbum favorito do AC/DC
A icônica capa de "Back in Black", em vinil

Em meados da década de 70, o AC/DC abriu show para o Kiss, mas em 1980 o jogo já tinha virado: o Kiss via seu público e sua credibilidade minguarem em meio a uma sequência de lançamentos duvidosos; já o AC/DC, que já havia chegado ao auge com “Highway to Hell”, o superou com folga com “Back in Black” (apesar da troca de vocalista). 

“Back in Black” se tornou um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos — de rock está provavelmente no topo —, e é o favorito de muitos fãs, entre eles Paul Stanley, co-fundador e co-frontman do Kiss. Para a Classic Rock, ele escreveu uma verdadeira declaração de amor a este, que é seu álbum preferido do AC/DC.

Confira abaixo na íntegra, em livre tradução por André Garcia (este que vos escreve): 

Paul Stanley <3 Back in Black

“Há uma grande citação de Angus Young: alguém disse a ele ‘Este álbum soa igual ao anterior’, e ele respondeu ‘Não, soa como todos os nossos álbuns!’ Então, acho que podemos dizer que é meio difícil apontar um como favorito. […] ‘Dirty Deeds Done Dirt Cheap’ é incrível,  ‘Highway To Hell’ é tão sujo e glorioso quanto poderia ser… mas, sejamos sinceros: ‘Back In Black’ está em outro patamar.”

“Quando Brian Johnson se juntou ao AC/DC, eu estava curioso […] sobre como aquilo afetaria a banda, e a química que eles tinham com Bon Scott. Mas o que eles criaram com ‘Back In Black’ foi simplesmente monumental. A maneira como o álbum começa com ‘Hells Bells’, me atingiu como a primeira vez que ouvi Black Sabbath — tipo, ‘P*ta m*rda!’ Com o ‘Back In Black’, o som da banda foi polido, de certa forma. Eles estavam construindo sobre o que tinham feito antes, evoluindo. Aquela sujeira crua dos primeiros dias deu lugar a essa sobrecarga sonora poderosa. Foi tão brilhante! Para mim, o ganho superou a perda.”

“Outra música incrível do início da era Brian [Johnson foi] ‘For Those About To Rock’: é mais impressionante e colossal do que qualquer coisa que já ouvi. O final dela, com os canhões disparando… é realmente uma música de gladiadores!”

A seguir, Paul relembrou da época em que ele conheceu o AC/DC, e de quando os irmãos Young e companhia abriram show para eles:

“Muitas bandas tentaram copiar, mas o AC/DC é o original — e eu soube disso desde a primeira vez que os vi. Foi no Whisky A Go Go, em Los Angeles, em meados dos anos setenta. Eles eram tão pesados, e o nível de adrenalina era simplesmente insano. A quantidade de energia que o Angus gastava no palco era inacreditável. Tipo, dava para ver o suor voando dele! Você ficava pensando que ele estava possuído — uma possessão demoníaca, mesmo! E o Bon tinha um estilo único: era meio que o encrenqueiro carismático. O tipo de cara que todo mundo olhava e pensava: ‘Caramba, queria ter um amigo assim…'”

“Um pouco depois, levamos o AC/DC para abrir show para o Kiss, e novamente, eles foram fantásticos. Como o Angus disse, nos certificamos de que eles tivessem o melhor som — sempre tivemos a mesma atitude com as bandas de abertura; é desonesto sabotá-las. Se você é a atração principal, você deve ser o campeão, mas se o campeão só pode vencer fazendo com que o adversário lute com uma mão amarrada nas costas… então de campeão você não tem nada. Além do mais, como grande fã de rock n roll, eu queria que essas bandas fossem lá e dessem o melhor de si. Não apenas para o público, mas porque eu queria vê-los arrasarem. Então, é nosso trabalho mostrar a todos por que somos a atração principal. Se não dermos conta do recado, a culpa é nossa, não deles.”

Stanley ressaltou ainda uma característica compartilhada por bandas como Beatles, Rolling Stones, The Who, Led Zeppelin, Guns N’ Roses, Pink Floyd, The Smiths, The Faces, AC/DC e o próprio Kiss:

“Também acho que o AC/DC tem é algo que está em todas as grandes bandas clássicas, sem exceção: a química entre duas pessoas. É aquele yin e yang e um senso de camaradagem com que o público pode se relacionar. Todas as grandes bandas têm isso: Roger Daltrey e Pete Townsend [The Who]; Robert Plant e Jimmy Page [Led Zeppelin]; Ronnie Wood e Rod Stewart [The Faces]; eu e Gene [Simmons]; Axl e Slash [Guns N’ Roses]… O AC/DC teve isso com Bon e Angus, e foi o mesmo com Brian e Angus.”

“Esse yin e yang é como Butch Cassidy e Sundance Kid. Há um equilíbrio, uma química no palco, que traz uma conexão real com o público. Eu sempre disse que a chave para uma grande banda é torná-la um clube do qual todos querem ser membros. Essa camaradagem é uma grande parte do que torna o AC/DC tão grande. E quando você ouve ‘Back In Black’, ‘Highway To Hell’ ou qualquer um desses discos clássicos, acho que você pode realmente sentir essa química.”

Lançado em 1980, “Back in Black” foi o 11º álbum do AC/DC. Amplamente considerado uma das maiores influências para o hard rock e heavy metal oitentista, foi produzido em meio a um período turbulento para a banda, com a entrada de Brian Johnson como substituto de Bon Scott, carismático vocalista falecido no ano anterior. Com hits com a faixa-título, “Hell’s Bells” e “You Shook Me All Night Long”, foi exaltado pela crítica e apenas nos Estados Unidos vendeu 25 milhões de cópias. 


“Black Album” é o disco do Metallica favorito de Paul Stanley

Pelo visto, o Star Child tem uma queda por álbuns com a capa preta: assim como “Back in Black” é seu preferido do AC/DC, o “Black Album” é seu preferido do Metallica. Em entrevista de 2022, também para a Classic Rock, ele declarou:

“Em termos de se tornar um fenômeno mundial, eu diria que o ‘Black Album’ foi o responsável. ‘Enter Sandman’, aquela música realmente acendeu uma chama, mudou algo. Ela manteve a garra, a paixão e a crueldade do que eles já tinham feito até ali, e conseguiu embalar um apelo mais amplo. […] A coisa mais importante quando você está em uma banda […] é fazer o que quer. Parabéns ao Metallica por isso! Para onde eles foram desde o Black Album, considerando suas raízes, é simplesmente incrível. Seu apelo massivo — em letras garrafais. E que ultrapassou fronteiras — sempre um grande ponto positivo”


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André Garcia

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