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A origem do mascote do Motörhead segundo seu designer (e Lemmy Kilmister)

A origem do mascote do Motörhead segundo seu designer (e Lemmy Kilmister)
Capa do álbum de estreia do Motörhead em vinil

O heavy metal é um dos poucos gêneros musicais onde é comum que bandas possuam mascotes. Iron Maiden é o maior exemplo de todos com Eddie, mas também tem o Megadeth com Vic Rattlehead. Outro célebre exemplo é Snaggletooth, o mascote do Motörhead. 

Também conhecido como War Pig, surgiu já no álbum de estreia da banda, de 1977. Conforme publicado pela Loudwire, foi criado pelo designer Joe Petagno, com base em ideias que Lemmy Kilmister tinha em mente:

“A caminho de casa, parei na biblioteca de Chelmsford, me inspirando em patches de motociclistas fora-da-lei. Eu estava atrás de crânios e ossos quando por acaso passei por um livro de crânios de animais. Foi aí que me ocorreu: um crânio animal seria melhor do que um humano. Chegando em casa, comecei a fazer esboços. Pensei ‘Por que não um novo crânio, um híbrido?’ Comecei a brincar com esboços de cachorro, leão, lobo… e por aí vai. No final das contas, acabei ficando com um crânio de cachorro (ou lobo) e de gorila, com presas de javali. Eu pendurei uma corrente de um chifre a outro, e uma pequena caveira humana para indicar o tamanho, enfeitada com uma cruz de ferro, como símbolo de coragem. Depois finalizei com alguns espinhos.”

Joe Petagno à Metal Hammer em 2016

“Eu disse a ele que queria um meio-termo entre um robô enferrujado e ferrado e um cavaleiro errante de armadura. Ele voltou com um rosto com os chifres na cabeça e correntes entre eles. Parecia meio bobo, sabe? Então eu disse: ‘Por que não colocamos os chifres na boca?’ E nunca mais mudamos — embora ele tenha feito muitas boas variações para diferentes capas de álbuns.”

Lemmy Kilmister à Revolver em 2002

Mais que criador do mascote do Motörhead, Joe Petagno foi um colaborador de longa data. Foi dele a autoria de mais da metade dos álbuns de estúdio da banda (13 dos 23):

  • Motorhead (1977)
  • Overkill (1979)
  • Bomber (1979)
  • Another Perfect Day (1983)
  • Orgasmatron (1986)
  • Rock ‘n’ Roll (1987)
  • Bastards (1993)
  • Sacrifice (1995)
  • Snake Bite Love (1998)
  • We Are Motorhead (2000)
  • Hammered (2002)
  • Inferno (2004)
  • Kiss Of Death (2006)

O show de despedida que o Motörhead (quase) fez em 1976

Em seus primeiros anos, conforme publicado pela Ultimate Classic Rock, em 1976 o Motörhead foi eleito pela NME “a melhor pior banda do mundo”. Lemmy Kilmister brincou dizendo que “pelo menos admitiram que éramos os melhores em alguma coisa”

“Nada estava acontecendo para nós”, relembrou o frontman. “Gravamos um álbum para a United Artists que eles se recusaram a lançar. Parece que esperavam de nós um álbum pop ou algo assim. E, para piorar, a empresa não nos liberava do contrato com ela. Fizemos um single para [a gravadora] Stiff, ‘Leaving Here’, e a UA [United Artists] impediu seu lançamento. Babacas… Então a gente se sentia num beco sem saída.”

“Até marcamos um show de despedida no Marquee [Club], em Londres. Eu pedi Ted Carroll, dono da Chiswick Records, um amigo meu, para gravar aquilo. Por sorte, ele não conseguiu levar o equipamento para o clube, e como compensação, nos ofereceu dois dias de estúdio. Nós gravamos todo o álbum ‘Motörhead’, que saiu em 77, porque o contrato com a United Artists já estava expirado. E, de repente, encontramos nosso caminho.”


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André Garcia

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