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O hit do Blur cuja letra irritou produtor por fazer alusão a heroína

O hit do Blur cuja letra irritou produtor por fazer alusão a heroína
Terceiro álbum do Blur, autointitulado, de 1997, em vinil.

Após dominar o rock inglês (ao lado do Oasis) em 1994 e se consolidar nos anos seguintes, em 1997 o Blur gozava o auge de sua popularidade. Gozava também de outras coisas trazidas pela fama, como a sedução das drogas.

Naquele ano, seu quinto álbum de estúdio, autointitulado, ajudou a expandir seu sucesso (inicialmente mais restrito à Inglaterra) ao restante do mundo com seu maior hit: “Song 2”. Outro grande single de sucesso dele foi “Beetlebum”:

“Song 2” e “Beetlebum”, aliás, segundo o site setlist.fm, foram a quinta e sexta música mais tocada pela banda ao vivo, respectivamente.

O refrão da segunda diz “Quando me deixa deslizar, ela me excita e toda a minha violência se vai: nada é errado”, o que pode até ser considerado romântico (ou mesmo ligeiramente erótico). Mas a verdade é que a letra fala sobre heroína. Conforme publicado pela Far Out Magazine, o vocalista Damon Albarn já confessou:

“[‘Beetlebum’] é basicamente sobre drogas. Eu não tenho certeza do que é ‘Beetlebum’. É só uma palavra que eu cantei quando toquei a música para mim mesmo. Perguntei aos outros se deveria mudar, mas eles disseram que não. Como nos parecia certo, decidimos não mexer (como já fizemos no passado).”

O produtor Stephen Street, que iniciou sua carreira no começo dos anos 80, já havia acompanhado de perto como a heroína destruía vidas e carreiras. Quando Albarn apareceu com aquele assunto, ele não achou a menor graça, como contou à revista Q:

“Certa noite, estávamos em Reykjavik e tínhamos bebido um pouco, quando Damon começou a falar sobre andar usando heroína. Eu não estava achando a menor graça. Ele ficou um pouco chateado por eu ter me ofendido com aquilo. Lembro-me de ter me afastado um pouco por ter ficado chateado com ele. Ele estava meio que se vangloriando sobre aquilo, e eu disse ‘Não acho isso muito inteligente, basicamente.’ Houve um clima meio tenso naquela noite.”

Felizmente, Damon Albarn foi um dos (poucos) artista que atravessaram um período de consumo de heroína sem ter tido a carreira (ou a vida) afetada (ou até mesmo destruída) pela droga. Em entrevista também à Q, em 2014, ele mostrou cautela ao abordar o assunto, mas não demonstrou arrependimento:

“[A heroína] me libertou. Eu odeio falar sobre isso por causa da minha filha, da minha família… mas, para mim, foi incrivelmente criativo.”

Recentemente, ao The Guardian, ele foi mais contundente:

“[A heroína] é uma coisa muito cruel, que realmente transforma você em uma pessoa muito isolada. E, em última análise, qualquer coisa da qual você seja verdadeiramente dependente não é boa.”


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André Garcia

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