O clássico do Smashing Pumpkins escrito enquanto Billy Corgan pensava em suicídio
“Today”, um dos maiores sucessos do Smashing Pumpkins, foi escrita em um momento em que tudo estava dando errado para a banda. Seu complicado e sensível autor, Billy Corgan, estava no fundo do poço da depressão e dos pensamentos suicidas.
Em 1991, o Smashing Pumpkins lançou seu álbum de estreia, “Gish”, que não fez sucesso. Pelo menos se comparado ao que faziam as bandas de Seattle naquele mesmo período. Apesar disso, o sucesso de bandas como Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains provocou nas gravadoras uma corrida pela próxima grande banda com aquele tipo de sonoridade: cada uma queria ter a sua. E foi nessa esteira que acabou entrando justamente o Smashing Pumpkins.
Portanto, com seu segundo trabalho, “Diamese Dream” (1993), eles tinham tudo para dar certo… mas deu tudo errado: a baixista D’arcy Wretzky e o guitarrista James Iha terminaram seu relacionamento amoroso e o baterista Jimmy Chamberlain se entregou ao vício em heroína, enquanto Billy Corgan afundou na depressão e em pensamentos suicidas.
“Eu estava totalmente suicida”
“A única grande diferença entre o primeiro e o segundo álbum foi que, após o primeiro, entrei em uma depressão completa. Foi uma depressão de oito meses, mais ou menos, e estive muito suicida por dois ou três meses. Foi aí fiz uma escolha estranha (mas fundamental), que foi ‘Bem, já estou meio que no fundo do poço e não há mais nada pelo qual viver… então eu podia pelo menos fazer a música que realmente queria fazer’. Foi o início da mudança na minha vida, foi quando comecei a escrever músicas como ‘Disarm’ e ‘Today’, que para mim eram como arrancar literalmente minhas entranhas. Então ver elas sendo bastante bem-sucedidas, tocar aquelas músicas ao vivo e ter quatro ou cinco mil pessoas cantando aquelas palavras junto foi, tipo, ‘Uau!’ Aquilo realmente me afetou profundamente.”
Billy Corgan à Pitchfork em 2005
“Eu estava totalmente suicida. Achei que seria engraçado escrever uma música que dissesse que hoje é o melhor dia de sua vida, porque não tem como ficar pior.”
Billy Corgan à Rolling Stone, em 1993
“No dia seguinte que escrevi ‘Today’, meu empresário a ouviu e disse ‘Isso é um sucesso!’, e acho que de certa forma, foi. Do nada, ouvi a abertura da música nota por nota na minha cabeça. Quando adicionei o riff de abertura, isso mudou completamente a cara da música. De repente, eu tinha uma música que começava suave e depois ficava muito barulhenta.”
Billy Corgan à Guitar World, em 1996
O motivo pelo qual Billy Corgan não quer mais ser chamado de Billy
Em recente aparição no The Mistress Carrie Podcast, conforme publicado pela Blabbermouth, ele disse que não só passou a se creditar daquela forma, como passou a pedir às pessoas que se referissem a ele como William, ao invés de Billy.
“Bem, do jeito que vejo em minha mente, Billy é como um nome artístico para mim, a essa altura do campeonato, já que é assim que todos me conhecem. E, para quem é fã de luta livre [assim como eu] geralmente chamamos as pessoas pelos seus nomes artísticos. Mesmo que eu saiba o nome real de alguém, ainda vou chamá-lo pelo nome do personagem. Então, ‘Billy’ é meu nome artístico; ‘William’ é meu nome real. Portanto, se você me chamar de Billy, ótimo. Não vou deixar de responder por isso, não me incomoda. Mas meus amigos me chamam de William. E eu peço às pessoas que me chamem de William, porque é assim que me sinto confortável aos 56 anos.”