Lemmy Kilmister explica por que colecionava memorabilia nazista já que não era adepto do nazismo

Lemmy Kilmister explica por que colecionava memorabilia nazista já que não era adepto do nazismo
Lemmy Kilmister, frontman do Motörhead

Desde a antiguidade, a história da humanidade foi escrita usando como tinta o derramamento de sangue provocado por guerras. Quer fossem por religião, recursos naturais, poder ou ideologia, basicamente todo período histórico foi marcado por um conflito em grande escala.

O século passado mesmo teve seus rumos históricos definidos pela ascensão do nazismo e a Segunda Guerra Mundial. 

Embora tenha sido uma das páginas mais tristes e trágicas da história da humanidade, o tema fascina a milhares de pessoas. Uma delas era o vocalista do Motörhead, Lemmy Kilmister. Ele, que era louco por livros sobre o assunto, também era colecionador de memorabilias do conflito — incluindo itens utilizados pelo exército nazista.

Nos anos 70 e 80 o nazismo era um tabu, um assunto proibido e duramente repreendido. Hoje em dia, entretanto, a coisa mudou tanto que um dos maiores popstars do planeta, Kanye West, abertamente se diz nazista e anda por aí ostentando a suástica publicamente.

Os passadores de pano do controverso rapper logo relativizam seus maus feitos dizendo que Lemmy Kilmister também era simpatizante ao neonazismo — o que não é verdade e nunca foi. 

Conforma publicado pela Far Out Magazine, em entrevista ao Independent em 2010, Lemmy se justificou dizendo que ele colecionava as famigeradas memorabilias como relíquias históricas, e não por admirar ou seguir os ideais supremacistas pregados por Adolf Hitler:

“Não tenho culpa que os caras maus eram os que tinham as paradas mais maneiras. Só que colecionar memorabilia nazista não significa que eu seja fascista, ou um skinhead. Não sou! Eu só gostava das vestimentas. Quem coleciona essas coisas também não é um baderneiro — são pessoas com mestrado, são médicos, professores… Sempre admirei um bom uniforme [militar], e ao longo da história, sempre foi o vilão que se vestiu melhor: Napoleão, os Confederados, os Nazistas. Se a gente [nas forças armadas da Inglaterra] tivesse um uniforme maneiro, eu colecionaria o nosso também… mas o Exército Britânico tem o quê? [Aquele uniforme cor] cáqui, que faz eles parecerem uma p*rra de um sapo de pântano…”

Segundo a Rock and Roll Garage, Ozzy Osbourne relembrou seu saudoso amigo Lemmy como um letrista prolífico e como um leitor voraz de livros quando o assunto era a Segunda Guerra Mundial:

[Lemmy Kilmister] escreveu um monte de letras para minhas músicas, era só eu dar a fita para ele. Eu tinha um livro sobre a Segunda Guerra Mundial que não tinha lido. Então eu [o dei para ele e] disse: ‘Depois me diz o que achou. E eu preciso de umas letras também. Não tem pressa.’ Pensei que fosse levar uma semana.”

Poucas horas depois o Mad Man retornou, e Lemmy não só tinha escrito três letras completas como ainda já tinha lido o livro: “Achei uma m*rda!”.

“Ele era um leitor tão voraz!”, relembrou Ozzy. “Ele conseguia ler muito rápido. Ele era incrível!”


Curtiu? Compartilhe!

André Garcia