Keith Richards sobre abandonar as drogas: “Estou tentando curtir estar careta”
No começo dos anos 70, a rolou na Inglaterra um mórbido bolão: o de qual seria o próximo rockstar a morrer de overdose. Keith Richards ficou na primeira colocação, seguido por Lou Reed.
Lou Reed já morreu. Ozzy Osbourne — outro notório pelo consumo desenfreado e prolongado de drogas — hoje mal aguenta andar. Já Keith Richards, o mais velho deles, segue vivinho da Silva, sorridente, fazendo o que mais ama na vida: tocar guitarra.
Em recente entrevista para a Telegraph ele, que já beira os 80 anos, contou que com o passar do tempo foi pegando mais leve com as drogas até chegar à sobriedade.
“Estou tentando curtir estar careta”
“O cigarro eu larguei em 2019, e não botei mais a mão neles desde então; larguei a heroína em 1978; abandonei a cocaína em 2006. Ainda gosto de beber ocasionalmente — porque não pretendo ir para o céu tão cedo — mas, tirando isso, estou tentando curtir estar careta. É uma experiência única para mim.”
Se até Keith Richards conseguiu… você também consegue!
“Sou abençoado talvez, pelo fato de que fisicamente essa coisa [meu corpo] siga em frente [risos]. Até agora, não tenho nenhum problema real em envelhecer. Existem coisas horríveis que você pode ver no futuro, mas primeiro você tem que chegar lá. Estou me acostumando com a ideia de ter 80 anos e ainda estar caminhando, ainda falando. Acho [o envelhecimento] um processo fascinante. Até porque, se você não achar isso, é melhor cometer suicídio logo.”
Com apenas Mick Jagger e Keith Richards como membros originais, os Rolling Stones seguem na ativa, e estão prestes a lançar seu novo álbum, “Hackney Diamonds”. Seu vigésimo quarto álbum (o primeiro de inéditas desde 2005), contará com participações para lá de especiais, como Paul McCartney, Lady Gaga, Elton John, Stevie Wonder e seu baixista original, Bill Wyman.
Keith Richards conta como faz para não enjoar de tocar as músicas antigas
Em vídeo postado em suas redes sociais, o guitar hero compartilhou:
“Toda vez que toco ‘Satisfaction’, reparo uma coisinha nova acontecendo. [Eu penso] ‘Eu tinha que ter feito isso lá na gravação!’ Isso rola em muitas outras músicas. Por isso, mesmo que sejam músicas antigas hoje em dia, elas ainda estão crescendo de alguma forma. É só depois que uma música é escrita e gravada, é aí que você as leva ao palco, e toca por muitos anos… Aí você começa a descobrir as coisas nelas — não mudar, mas dar vida a elas. Isso é o que dá frescor a elas de muitas maneiras. Eu ainda não sei totalmente como tocá-las corretamente, ainda estou descobrindo”