Johnny Marr, ex-The Smiths: “Eu já fui sequestrado pelo Happy Mondays uma vez”
Na virada dos anos 80 para a década seguinte, o Happy Mondays se destacou na dançante, psicodélica e alucinada cena alternativa de Manchester (Madchester, como foi apelidada). Eles até tocaram no Rock In Rio II, em 1991 — chegando ao Brasil como desconhecidos e saindo como uma das surpresas positivas do festival.
Só que a banda era um turbilhão caótico movido ao excesso de drogas como heroína, crack e ecstasy. Dessa forma, em 1992 ela já estava implodindo quando o guitarrista Mark Day a deixou repentinamente. Conforme publicado pela Far Out Magazine, certa vez em entrevista Johnny Marr, ex-guitarrista do The Smiths, relembrou aquela época:
“Eu já fui sequestrado pelo Happy Mondays uma vez.”
Segundo ele, Shaun Ryder, vocalista da banda, deixou um monte de mensagens em sua secretária eletrônica querendo marcar um encontro. Quando eles finalmente se encontraram, toda a banda estava reunida — exceto o guitarrista Mark Day.
“Basicamente, eles me disseram que planejavam ir para Barbados gravar o disco deles: ‘Aê John, estamos indo para Barbados. O que você acha disso?’ Eu fiquei, tipo, ‘Parece muito legal, bom para vocês!'”
Marr questionou o que ele tinha a ver com aquilo, e a resposta foi:
“A questão é que Mark saiu. Ele perdeu o juízo. Perdeu o juízo… Ele foi virar um carteiro e aceitou Jesus, então não temos guitarrista. Estamos sem guitarrista.”
O ex-Smiths pensou que seus conterrâneos queriam sugestões de substitutos, mas eles o disseram para que “fizesse as malas”. Marr recusou:
“Eu fiquei tipo ‘Beleza, deixa eu pensar no assunto… não’. [Eles insistiram] eles ficaram tipo: ‘Não seja assim! Não seja assim! Vamos lá, todos nós, a galera toda junta, a galera toda.'”
Johnny definiu a ideia de ser arrastado contra sua vontade para um estúdio em Barbados com o Happy Mondays como “absolutamente aterrorizante”. Felizmente para ele, pouco depois Mark Day fez as pazes com os colegas e partiu com eles para a gravação. O resultado foi o álbum “Yes Please!” (1992), após o qual a banda se desfez — retornando só 15 anos depois com Uncle Dysfunktional (2017).