Ian Anderson conta quem foi o guitar hero que o fez largar a guitarra e aprender flauta

Mestre dos mestres, Eric Clapton foi responsável por influenciar muita gente a começar a tocar guitarra. De Jimi Hendrix a Van Halen passando por Brian May, são muitos os guitar heroes que apontam o Slow Hand como um dos principais motivos para terem começado a tocar o instrumento. 

Ele também foi, entretanto, responsável por fazer com que tantos outros desistissem de tocar guitarra. Como foi o caso de Ian Anderson, vocalista do Jethro Tull, como ele contou em entrevista de 2016 para Greg Drugan:

“Como guitarrista no final da minha adolescência, peguei a fase inicial de Eric Clapton no Bluesbreakers; cheguei à conclusão de que ele estava tão à frente de muitas outras pessoas, especialmente de mim, que era melhor procurar outra coisa para tocar. Sem qualquer razão em particular, peguei a flauta porque era brilhante. Era interessante, agradável e compacta, mas não era grande coisa para tocar. Levou alguns meses para conseguir tirar algum som dela.”

“Era dezembro de 67, eu tinha 20 anos e não tinha treinamento musical ou qualquer livro de instruções ‘Como Tocar Flauta: Parte Um’. Então, sem ajuda ou orientação, tive que mexer com ela e encontrar meu próprio caminho. Em fevereiro, eu estava tocando flauta no Marque Club em 1968, quando Jethro Tull se tornou Jethro Tull. Foram três meses depois de eu começar, mas as pessoas notaram que eu tocava flauta. Eu tocava flauta, tendo guitarra em mente. Meu estilo de flauta era baseado em riffs de guitarra, e os solos improvisados de blues que eu tocava na guitarra.”

Quando se fala de rockstar, logo se pensa em um vocalista ou guitarrista: um ou outro vai pensar em um baixista. Formado no final dos anos 60, o Jethro Tull misturava blues, folk, rock pesado e progressivo, e tinha como diferencial solos do instrumento menos rock n roll do mundo: a flauta. Como quem faz limonada com os limões que a vida nos dá, Anderson fez daquele contraste a marca registrada de sua carreira musical.