Guitarrista dos Sex Pistols comenta seus seis álbuns de guitarra essenciais
O rock surgiu nos Estados Unidos nos anos 60, mas, ao longo da década seguinte, a Inglaterra se apropriou do gênero, e o levou a outro patamar. Basta ver que naquele período, em um curto intervalo, lá surgiram verdadeiros deuses da guitarra: Keith Richards, Eric Clapton, Jeff Beck, Pete Townshend, Jimmy Page, Ritchie Blackmore, Mick Taylor, Tony Iommi, Ron Wood…
Indo na contramão de tudo que esses nomes construíram, nos anos 70 o rock inglês foi transformado para sempre por Steve Jones. Com os Sex Pistols, ele abriu mão dos solos, enxugou a quantidade de acordes e esbanjou atitude. Nem todos gostam do que ele fez como guitarrista, mas ninguém pode negar que ele está entre os mais influentes da Inglaterra.
Em 2018, a pedido da Classic Rock, ele listou os cinco álbuns de guitarra que considera essenciais — curiosamente, quase todos lançados em 1973:
Roxy Music – Roxy Music (1972) | For Your Pleasure (1973)
“É difícil dizer qual dos dois. Phil Manzanera é um bom guitarrista e fez coisas boas. Ele faz bons solos, mas em ‘In Every Dream Home a Heartache’, no segundo álbum, que é meio que uma música lenta e assustadora, no final vira um grande solo psicodélico, tipo Hendrix. É um momento fantástico de guitarra.”
“Ele era um guitarrista interessante. Acho que ele era meio que um hippie que entrou para uma banda que não era formada por hippies. Especialmente em termos de moda, acho que ele não estava afim usar todas aquelas roupas que Bryan Ferry e Brian Eno usavam. Mas sua forma de tocar guitarra funcionava com o Roxy Music. Não teria sido a mesma coisa se tivessem escolhido algum um guitarrista.”
The Faces – A Nod Is as Good as a Wink…to a Blind Horse (1971)
“Em termos de guitarra, eu adorava o álbum “A Nod Is as Good as a Wink… to a Blind Horse”, do The Faces, com Ronnie Wood. Eu adorava o som dele quando estava no Faces, tinha um som característico, acho que usava um [amplificador] Ampeg com uma guitarra Zemaitis. Eu era simplesmente um grande fã daquela banda, eles eram ótimos ao vivo. Era um som agradável e encorpado que ele tinha.”
Iggy & the Stooges – Raw Power (1973)
“Aprendi a tocar guitarra com este álbum, ele foi enorme para mim. James Williamson é um guitarrista incrível, cara! Riffs realmente únicos que ele fazia. Bem diferente de Ron Asheton. Tecnicamente, Ron Asheton não é o melhor dos guitarristas — mesmo sendo fantástico, ainda assim é ótimo.”
“Não estou diminuindo ele em nada: seus riffs, seus solos, seu espírito, e o que ele tocava, era muito bom. Mas James Williamson é um guitarrista tecnicamente melhor. Ele fazia muita coisa, mas não tirou a força. Aquilo ainda tinha muita energia. Ele é um guitarrista subestimado, com certeza.”
New York Dolls – New York Dolls (1973)
“O primeiro álbum dos New York Dolls foi outro com que aprendi a tocar guitarra. Costumava usar speed e passar horas tocando junto com aqueles discos. Eu nem sabia o que estava fazendo, mas esses dois álbuns — ‘Raw Power’ e o primeiro álbum dos Dolls — foram os que praticamente me ensinaram a tocar guitarra.”
Queen – Queen (1973)
“Amo o primeiro álbum do Queen. Falando sobre álbuns de guitarra, o primeiro do Queen foi muito importante. Foi muito bem produzido e tinha músicas ótimas. Eu não conseguia parar de ouvir quando o peguei pela primeira vez. E eu gostava do fato de que nele vinha escrito “Nenhum sintetizador foi usados neste disco”. Por algum motivo, aquilo ficou na minha cabeça.”