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Television: Richard Lloyd definiu “Marquee Moon” como uma “mini-sinfonia”

Television: Richard Lloyd definiu “Marquee Moon” como uma “mini-sinfonia”
Television nos anos 70

O punk original, o novaiorquino, foi muito mais artisticamente rico do que sua contraparte londrina. Em 1976, dividiam espaço no CBGB bandas musicalmente bastante diversas: Ramones, Blondie, Patti Smith, Talking Heads e Television.

O Television se destacou na cena com suas letras poéticas, cozinha (bateria + baixo) sólida e peculiar e uma dupla de guitarristas que duelavam um com o outro tocando coisas diferentes, mas que se complementavam genialmente. Seu álbum de estreia, “Marquee Moon” (1977), teve como produtor o ex-Velvet Underground John Cale. 

Conforme publicado pela Far Out Magazine, o guitarrista Richard Lloyd, em entrevista ao SongFacts, comentou a épica faixa “Marquee Moon”. Com seus quase 10 minutos de duração, ela foi definida por ele como uma “mini-sinfonia”:

“No final da música, Tom [Verlaine] faz um longo solo — ele muitas vezes se perdia em certas partes, mas tínhamos uma estrutura. Eu também toco essa música sozinho, e é realmente muito estruturada: há uma parte intensa e uma parte suave, e há uma construção, depois uma escalada. Na verdade, são três conjuntos de escaladas, depois o que chamamos de ‘passarinhos’, e depois outra seção e então o verso volta.” 

“Portanto, depois daquele período de busca pelas partes adequadas, a música estava bastante estruturada. Há muita sincopação nela, com a bateria entrando com um som que parece ao contrário e minha parte que trilha no tempo um. Não é fácil de aprender.”

Na mesma entrevista, ele deixou claro que a banda era mais estruturada do que as pessoas os dão crédito: 

“O pessoal pensa que improvisamos muito […], mas trabalhamos nossas partes minuciosamente. Desmontávamos uma música e a reconstruíamos ao longo de um ano, um ano e meio, até chegar a um ponto em que estivéssemos satisfeitos. É uma boa dose de estruturação, não improvisação.”

“Aí, é claro, diferenciamos o que você pode chamar de [guitarra] principal e solo. Os solos envolviam improvisação, até certo ponto, mas [a guitarra] principal eu que normalmente fazia,  porque Tom tinha que fazer a base enquanto cantava. Ele não conseguia fazer solo enquanto cantava. Eu geralmente pegava a estrutura melódica da música e a levava a outro lugar. Acho que as pessoas não entendem o quão organizado era.”


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André Garcia

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