Nuno Bettencourt revela lição que aprendeu com o Alice in Chains tocando em locais vazios
Em 1990, tanto o Alice in Chains com seu álbum de estreia, “Facelift”, quando o Extreme com seu segundo, “Pornograffitti”, chegaram a disco de platina múltiplo. Enquanto o primeiro já tinha emplacado seu maior hit “Man in the Box”, o segundo já tinha emplacado “More Than Words”. Mesmo assim, quando saíram em turnê juntos naquele mesmo ano, foi um fracasso de público.
Em recente entrevista para a jornalista musical Kylie Olsson, o guitar hero lusitano Nuno Bettencourt relembrou a valiosa lição que aprendeu com o Alice in Chains sobre o que é realmente ser um músico:
“Qualquer artista que tenha dito a você olhando nos olhos ‘Eu faço isso pelos fãs’ está de onda. Todos eles, sem exceção. Você faz por você mesmo — e está tudo bem. Você ama seus fãs porque não pode fazer isso sem eles, mas os fãs perceberão se você não estiver fazendo para si mesmo.”
“O dia em que aprendi isso [foi em] uma das turnês que fizemos em clubes tocando para ninguém com o Alice In Chains. Não tinha ninguém [naquela turnê]; até chamamos ela de convenção de roadies. A gente pedia para nossa equipe ir para a plateia para que ter um público.”
“Vi Layne [Staley] cantando com os olhos fechados, parado lá, e era tão magnético. Tive arrepios naquela noite. Eu pensei: ‘Quero ir para onde diabos ele está indo; ele não está aqui.’ Foi quando tudo fez sentido para mim. Foi quando aprendi que a matemática de um show ao vivo é: você não está aqui para ser o palhaço que entretém a plateia — é a plateia que vai até lá partir [em uma experiência] com você.”
Em 2023 Nuno Bettencourt e o Extreme não só lançaram um novo álbum após 15 anos, como também reencontraram os fãs brasileiros após muito tempo tocando no Best of Blues and Rock, no Ibirapuera. Também se apresentaram lá Buddy Guy (em turnê de despedida), Steve Vai (com a Hydra — sua guitarra de três braços) e Tom Morello (em carreira solo).