Mesmo sem ser cristão, Rick Rubin tomava a hóstia em comunhão com Johnny Cash
É extensa demais para ser digitada a lista de álbuns de (muito) sucesso de Rick Rubin. Com sua forma peculiar de pensar a música, ligou o pop ao alternativo, revelou muitos grandes artistas e ainda criou alguns gêneros musicais ao longo dessa caminhada.
Espiritualmente cético (ou ceticamente espiritual?), ele nunca foi cristão o bastante para frequentar a igreja, assitir a missa, e, em comunhão com Deus, tomar a hóstia. Por outro lado, tomava a hóstia em comunhão com um velho e doente Johnny Cash, em seus últimos meses de vida.
Recentemente, Rachel Martin entrevistou pela NPR o veterano produtor, que contou essa história. O trecho abaixo foi traduzido pelo autor da matéria.
Rick Rubin sobre Johnny Cash
Li que quando você estava produzindo Johnny Cash, perto do final de sua vida, nos seus últimos álbuns, você comungava com ele. Que era algo importante para ele, e você com aquilo ficou um entusiasta.
“Desde que ele ficou doente, nós fazíamos aquilo todos os dias. Eu disse, ‘Nunca comunguei’, e ele respondeu ‘Ah, é uma prática linda; vamos fazer juntos’. E então fizemos juntos pela primeira vez. Eu perguntei, ‘Bem, enquanto você estiver doente… deveríamos continuar fazendo isso todo dia?’ E ele disse, ‘Ótimo, vamos sim’.”
“Começamos a fazer aquilo todos os dias. E quando não estávamos juntos, eu ligava para ele todos os dias; ele dizia as palavras, e eu fechava os olhos. Eu não tinha a hóstia fisicamente comigo, mas visualizava todo o processo. Eu ouvia as palavras e vivenciava aquilo com ele todos os dias.”
“Aí então, ele faleceu. Eu ainda conseguia ouvi-lo dizer aquilo, então continuei fazendo por mais seis meses.”
Uau. […] É um ritual cristão altamente místico, onde você imagina que a hóstia que está comendo é realmente o corpo de Jesus Cristo e o suco de uva ou o vinho é o sangue.
“Sim.”
Você não é cristão.
“Não.”
Que efeito aquilo teve sobre você? Compartilhar aquilo com ele?
“Eu sou um crente. E tive a oportunidade de compartilhar aquilo com ele, e ele era um crente. Aquele era o jeito dele de acreditar, então tive a oportunidade de vivenciar a maneira dele de acreditar, na presença dele. E foi lindo. Realmente acredito que enriqueceu minha vida. Não é mensurável o quão poderoso aquilo me parecia.”