Kiss: Bruce Kullick comenta seus cinco álbuns de guitarra essenciais
Guitarrista solo do Grandfunk Railroad desde 2000, Bruce Kullick se consagrou de 1984 a 96 no Kiss — ou seja, tocou em duas das maiores bandas de hard rock dos Estados Unidos. Principal e mais lôngevo guitarrista solo da fase desmascarada do Kiss, pegou a fase mais farofa da banda, mas também pegou pontos altos como “Revenge” (1991) e “Kiss Unplugged” (1996).
Em 2016, à Classic Rock ele listou e comentou os cinco álbuns de guitarra que considera essenciais; todos lançados entre 1968 e 78.
Cream – Wheels of Fire (1968)
“Muros na chuvosa Inglaterra tinham grafites dizendo ‘Clapton é Deus’. Com seus riffs ardentes, tons femininos, super velocidade e fraseado que o fez o guitarrista convidado número um dos Beatles prova isso! Este lançamento duplo tem faixas ao vivo que são simplesmente arrepiantes, a maneira como Clapton conversa com o falecido Jack Bruce, com Ginger Baker nas baquetas os impulsionando.”
“É um rock improvisado perfeito. Some um sucesso radiofônico como ‘White Room’, os solos de Eric, tão musicais e cheios de tom para morrer, fraseados de maneira mágica… Ele mostra ao mundo sua magia na guitarra com tons de wah que colocariam esse efeito em todos os pedais dos guitarristas. Um mestre do timbre, pura realeza do rock n roll.”
Jimi Hendrix – Electric Ladyland (1968)
“Qualquer lançamento de Hendrix é uma aula de [como] tocar guitarra cheia de paixão, com a conexão emocional poderosa de Jimi com o braço da guitarra. Hendrix pode ordenar que sua guitarra fale por ele, e despertar os sentimentos mais intensos no ouvinte. Sua experimentação neste lançamento é realmente de outro mundo.”
“Para mim, é o ‘Sgt. Pepper’s’ dele, mostrando como os mestres fazem mágica. É um álbum vasto, duplo, cheio de faixas funky, músicas espaciais e pérolas pop. Além de mostrar por que ele era – e sempre será – meu guitarrista favorito.”
Led Zeppelin – IV (1971)
“Assim como Hendrix, todos os discos do Zeppelin mostram o poder da capacidade de Jimmy Page de sobrepor guitarras, produzir, escrever e fazer o ouvinte sentir que está ‘num clube’ com a banda. Desde riffs em compassos intrincados até solos que todo guitarrista tentará tocar em sua loja de instrumentos local (tipo Stairway to Heaven).”
“Jimmy fez todos tocarem air guitar ar, isso os que não pegaram uma guitarra para virar um rockstar (como Paul Stanley)! Page é um guitarrista para guitarristas. Ele é versátil, melódico e sabe como criar um ataque sônico com um exército de faixas para mostrar que ele está falando sério.”
Jeff Beck – Blow By Blow (1975)
“Todos os guitarristas conhecem a habilidade única desse cara. […] Tinha algo em sua amplitude e habilidade neste disco que me fez estudar cada música, cada riff e cada troca de captador de sua Strat. Seu uso de efeitos e sua velocidade única e habilidade de modular com tanta sensibilidade — e depois explodir as paredes — o tornam uma lenda.”
“Senti que precisava de aulas de teoria e aprender novos acordes de jazz depois de ouvir este lançamento. Dessa forma, eu poderia desbloquear alguns dos estilos de fusão com os quais ele estava experimentando. Altamente recomendado!”
Van Halen – Van Halen (1978)
“Como um Camaro super envenenado que passa por você berrando na estrada, aqui está um músico que levou a guitarra solo a outro patamar. Você pode ouvir as influências dos guitarristas britânicos que tanto amo, mas tudo é feito com poder e graça, com extravagância e efeitos especiais saindo de suas guitarras feitas à mão.”
“EVH é uma marca, um ícone da guitarra solo moderna com atitude e tom com um superdomínio de seu instrumento. Seus riffs no álbum de estreia viraram o mundo do rock em novas direções que fizeram minha cabeça girar. Havia novos licks no horizonte que eu precisava entender e aprender com esse grande guitarrista americano.”