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King Crimson: Robert Fripp já disse odiar o rótulo de rock progressivo; “Uma prisão”

King Crimson: Robert Fripp já disse odiar o rótulo de rock progressivo; “Uma prisão”
Robert Fripp em foto de Alan Jones alanjonesdrummer@aol.com

Quando se fala de rock progressivo, logo se pensa em sua era de ouro, o começo dos anos 70. Naquela época estavam no auge o Yes, o Genesis, o Emerson Lake & Palmer e (com uma pegada mais art rock, mas elementos bem progressivos) também o Pink Floyd. 

Na minha opinião, esse seria o Big 4 do gênero, mas há muitas outras grandes bandas que escreveram o nome nessa sua história: Jethro Tull, Gentle Giant, Soft Machine, Rush… Formado no final dos anos 60 pelo guitarrista Robert Fripp, entra nessa lista também o King Crimson.

Fripp, entretanto, “detesta” o rótulo de prog, que definiu como “prisão” e “morte” em entrevista de 2014 para a Classic Rock.

“É uma prisão. Se você sobe ao palco e está tocando música, tudo bem; mas se você sobe ao palco e está tocando rock progressivo, é a morte. Surgiu como rock underground, virou art rock e depois rock progressivo. Mas, como termo, o ‘prog’ só evoluiu nos anos 90. E eu detesto. Assim que alguém cola o rótulo em você, as pessoas param de ouvir.” 

“É muito estranho para mim que só agora [em 2014], depois de mais de 40 anos, as pessoas estejam começando a falar bem do King Crimson. Nos anos 70, havia algo incrivelmente errado com a imprensa musical quando se tratava do King Crimson — a quantidade de hostilidade [que nos foi] despejada até os anos 90.” 

“Algumas coisas chegavam a ser hilárias, não dava para levar a sério. ‘Escória do rock progressivo pronta para te decepcionar’, essa foi a manchete do LA Reader quando o King Crimson tocou em Los Angeles em 1995. A banda até gostava daquilo, nós ainda brincávamos com aquilo; mas, mesmo assim, acho que teve danos. […]”

Em 2014, ele já tinha 68 anos, e acreditava que com a chegada da idade a rejeição a ele e ao King Crimson foi abrandada. Mas não o bastante para deixar de ser um outsider do rock:

“Eu sei que sou um senhor de idade porque agora são mais gentis e educados comigo. E as pessoas não te levam a sério mais; você não é mais uma ameaça. Você é apenas um velhinho engraçado, então começam a ser legais com você. E ao mesmo tempo, eles também te ignoram, mas é isso aí.”


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André Garcia

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