Keith Richards relembra a (quase) entrada de Jeff Beck nos Rolling Stones
Os Rolling Stones lançaram “Hackney Diamonds” (2023), seu primeiro álbum de inéditas desde “A Bigger Bang” (2005). Para promover o lançamento, seus membros têm feito fazendo uma verdadeira maratona de entrevistas.
Em uma delas, para a Guitar World, Keith Richards comentou a quase entrada de Jeff Beck na banda, em meados dos anos 70:
“Sentíamos que Jeff tinha seu próprio caminho a seguir e que ele não era um cara de equipe. Ele era um solista ao máximo, um individualista por excelência. Não teria funcionado com os Stones de jeito nenhum. Nós somos puro trabalho de equipe. Mas não me interpretem mal, ele era um músico fenomenal. Nas vezes em que nos encontrávamos, eu sempre ficava impressionado com as coisas que ele fazia com a alavanca. Ele foi um dos melhores, cara, e fará muita falta.”
Em 1974, o guitarrista Mick Taylor deixou os Rolling Stones, sendo substituído por Ron Wood, que lá está até hoje. Nesse meio tempo, outros nomes foram testados para o posto, entre eles os guitar heroes Rory Gallagher e Jeff Beck. Esse segundo já havia integrado o Yardbirds, o Jeff Beck Group e o Beck, Bogert & Appice, portanto, após recusar os Stones, ele decidiu apostar todas as suas fichas em se consolidar como artista solo.
O resultado disso foi seu trabalho mais popular, o álbum “Blow By Blow” que, produzido por George Martin, foi exclusivamente composto por faixas instrumentais “cantadas” pela guitarra. A partir dali, álbuns instrumentais solo nortearam toda a sua carreira. Em 2012, quando abriu show para os Stones, Jeff foi convidado para se juntar a eles no palco:
Jeff Beck relembra sua (quase) entrada nos Rolling Stones
Conforme publicado pela Ultimate Classic Rock, Jeff Beck chegou no estúdio pensando que estava lá para gravar uma participação especial em alguma faixa, mas foi surpreendido ao saber se tratar de um teste para o novo guitarrista da banda:
“Eventualmente, entramos na mesma sala”, relembrou Jeff Beck, “eu comecei a tocar, e o baixo do Bill Wyman tão forte que o pó voava. Eu me escapuli, e o engenheiro [de som], Glyn Johns, disse ‘Isso foi incrível!’, e eu respondi: ‘Foi só uma para ficar registrado, cara. Estou caindo fora amanhã.’ Algumas pessoas não conseguem acreditar como alguém poderia abandonar um trampo com os Stones, mas Keith e eu jamais teríamos gravado um álbum sem trocar socos, mesmo.”
Em outra entrevista, essa para a BBC 6 Music, ele contou:
“Eu adoraria ter sido um Rolling Stone, mas na teoria teria sido melhor do que na prática, creio eu. Não acredito que teria durado, para começo de conversa. Não acho que, musicalmente, eles estivessem no mesmo caminho [que eu].”