Extreme: Nuno Bettencourt comenta seus cinco álbuns de guitarra essenciais
Um dos maiores e mais admirados shredders do mundo, Nuno Bettencourt é por muitos injustamente considerado apenas um entre tantos filhotes de Eddie Van Halen. Por mais que seja inquestionavelmente influenciado por EVH, ele vai muito além de um mero imitador. Combinando velocidade e técnica com feeling e groove, é um dos grandes nomes do hard rock funkeado.
Eu mesmo nunca fui fã do Extreme, mas, após assistir o show deles no Best of Blues and Rock no Ibirapuera este ano, virei fã deles — principalmente do Nuno. Não sou fã de shredders, mas naquele festival ele e Steve Vai arrasaram; fui obrigado a dar o braço a torcer.
Em 2016, à Classic Rock, Bettencourt comentou os cinco álbuns de guitarra que considera essenciais.
Led Zeppelin – Led Zeppelin (1969)
“Sem dúvida, tenho que escolher o primeiro álbum do Led Zep — aquele álbum redefiniu tudo. Era baseado em riffs, mas também muito cru; tinha aquele timbre cru de guitarra. Esse foi outro álbum grande para mim, por isso é louco pensar em conhecer Jimmy Page [pessoalmente]. É como o tipo de coisa que você fala com seus amigos quando tem 15 anos.”
“Isso aconteceu [comigo] há cinco ou seis anos. Ele siplesmente apareceu, Jimmy Page! Ele apareceu, e você torce para que ele fique por algumas músicas, aí você olha para o camarote e, de repente, lá está John Paul Jones também! Eu digo essas coisas em voz alta, mas ainda não consigo acreditar que aconteceram.”
Queen – Queen II (1974)
“Queen veio antes de Van Halen para mim. Eu amava Brian May. ‘Queen II’ foi um grande álbum para mim — tinha algo no timbre daquele disco que era realmente único. Para mim, a escolha fica entre ‘[Queen]II’ e ‘A Night at the Opera’.”
“Em ‘A Night at the Opera’, você ouve aquelas guitarras grandiosas, mas acho que foi o ‘Queen II’ que realmente explodiu minha mente, a forma como Brian May solava e soava pesado. Era um timbre diferente do que eu tinha ouvido todo mundo fazer até então; portanto, nesse aspecto, ‘Queen II’ é definitivamente um grande álbum para mim em termos de guitarra.”
Van Halen – Van Halen (1978)
“O que sempre amei em um disco era o trabalho de guitarra, mas também um ótimo trabalho de toda a banda. Mas do ponto de vista do som da guitarra, Van Halen me afetou de várias formas. O primeiro álbum do Van Halen foi enorme para mim; me mostrou os tipos de sons que você poderia obter de um amplificador.”
“Tem uma grande execução, mas também um timbre incrível. Esse álbum foi um avanço para mim e para muitas pessoas da minha geração. Não foi o primeiro álbum de guitarra que amei, mas foi muito importante em termos de timbre.”
“O som daquele álbum era tão alienígena para mim que parecia uma nave espacial sobrevoando minha casa. Antes daquilo, eu amava Queen e Led Zep — aquilo sim era guitarra. Então, de repente, ouvi Van Halen e pensei, ‘O que está acontecendo aqui?!’ Era um mundo completamente diferente. A pegada daquele álbum é fantástica. Toda a banda também era ótima, a composição musical foi insana.”
AC/DC – Back In Black (1980)
“‘Back In Black’ foi outro álbum que, em termos de guitarra, me ensinou muita coisa. Esse disco me mostrou o poder da guitarra dentro de uma banda e o poder apenas dos power chords e acordes abertos. Esse álbum me mostrou o quão poderoso o espaço pode ser em uma música.”
Al Di Meola – Electric Rendezvous (1982)
“Da perspectiva do guitarrista, não sei se isso é mais sobre o som ou sobre a própria execução, mas tinha um álbum chamado ‘Electric Rendezvous’, de Al Di Meola, que ouvi muito. Esse álbum teve um baita impacto na maneira como eu tocava.
“Mas, se eu olhar de outro ponto de vista, puramente técnico, eu também teria que mencionar o álbum ‘Rising Force’, de Yngwie Malmsteen, e também ‘Passion and Warfare’, de Steve Vai. Esses dois são álbuns de guitarra principais, podem ser minhas escolhas extras, porque são mais do ponto de vista da execução, enquanto os outros são mais do ponto de vista do som da guitarra.”