Engenheiro de som de Michael Jackson relembra solo de Eddie Van Halen em “Beat It”
Hoje em dia, com dezenas de milhões de músicas igualmente acessíveis a qualquer hora em qualquer lugar, todo mundo ouve de tudo. Nos anos 80, entretanto, tudo era muito mais compartimentado, com rádios restritas a gêneros musicais específicos e o público ilhados em tribos.
Pop branco, rock e R&B não se misturavam até o lançamento de “Triller” (1982). A parceria entre Michael Jackson e Eddie Van Halen em “Beat It” derrubou barreiras, fazendo rádios de rock tocarem Michael Jackson, rádios de R&B tocarem Eddie Van Halen, e as rádios de pop tocarem ambos.
Bruce Swedien foi o engenheiro de som que trabalhou com o Rei do Pop no “Thriller”. Em publicação da Music Radar, ele relembrou a produção de “Beat It”, e a gravação de seu histórico solo:
“Rapaz, o sintetizador na introdução era um Synclavier; qualquer Synclavier faz aquele som. Nós até gostamos, mas queríamos que tudo fosse irreconhecível, único, então não queríamos usar aquele som. Mas Michael gostou e nos fez mantê-lo.”
“O destaque para mim foi o solo de guitarra. Aquele solo é incrível. Quando Eddie [Van Halen] entrou para tocar, ele estava no Estúdio B na Westlake e eu estava no Estúdio A com Michael e Quincy. Entrei lá quando ele estava afinando e aquecendo, eu saí na hora: estava tão alto que eu jamais sujeitaria minha audição àquele nível de volume! Eu não gravei aquele solo, contratei o engenheiro dele, achei que a audição dele provavelmente já estaria meio comprometida mesmo. Depois fiz a mixagem, após a gravação.”
“Em termos de microfonar amplificadores, eu costumava usar [o método] X/Y, ou ocasionalmente [a técnica] blumlein pair, e [até hoje] ainda faço da mesma forma. Acho que foi usado um [microfone Neumann] U67 no amplificador para ‘Beat It’.”
Eddie Van Halen contou como foi colaborar com Michael Jackson em “Beat It”
Conforme publicado pela Far Out Magazine, quando chegou ao estúdio, Eddie encontrou Michael chorando enquanto assistia a uma versão prévia do filme E.T. O Extraterrestre. Em entrevista para a CNN, o guitarrista relembrou:
“O engraçado é que eu acabei rearranjando a música. O trecho em que eles queriam que eu solasse […] não tinha acordes de base, então eu tive que rearranjar a música. Quando Michael chegou eu falei ‘Ah, espero que não se importe, mas eu mudei sua música’. Aí ele ouviu e disse: ‘Não, eu adorei o jeito que você tocou.'”