Camarada Garcia Recomenda #7 – Cinco recomendações musicais aleatórias
Aqui estão cinco músicas aleatórias que, se você não conhece, deveria. Músicas (ou versões) que julgo não serem muito conhecidas (ou pelo menos não conhecidas o bastante), e que fazem parte da trilha sonora da minha vida (e podem fazer parte da sua também).
Living in the Past – W.I.T.C.H.
W.I.T.C.H. é a banda pioneira do zamrock — rock da cena da Zâmbia nos anos 70, caracterizada pela mistura de ritmos regionais com nomes de Beatles a James Brown, passando por Jimi Hendrix, Santana e Black Sabbath.
Por mais que a África fosse subdesenvolvida e estivesse na periferia cultural do planeta, aquelas bandas superaram todo tipo de dificuldades para, com pouquíssimos recursos, construírem uma identidade musical própria.
Bandas como W.I.T.C.H. construíram um legado que sobreviveu a várias catástrofes ao longo das décadas, até serem descobertos por nerds musicais na internet e receberem seu merecido reconhecimento. Essa música entrou para a trilha sonora da série Watchmen!
A história do zamrock muito me inspira e dá esperança. Tanto é algo que eu gostaria que mais pessoas conhecessem que contei essa história em um capítulo do meu livro, Liber IMP. CLIQUE AQUI para ler gratuitamente.
You Put the Hurt on Me – Velvet Doctor
Quando eu escrevia a coluna Vale a Pena Conhecer, para tentar ajudar a promover as bandas independentes nacionais, a única internacional que incluí foi Velvet Doctor — uma banda formada a poucos anos na Holanda. Seu som é um garage rock bem tipo dos inferninhos da pesada no começo dos anos 60, influenciado por The Sonics e Link Wray.
Gotta Serve Somebody – Bob Dylan
Hoje em dia Bob Dylan parece ter sossegado, mas durante décadas ele era ainda “pior” que David Bowie no quesito trocar de personalidade como uma cobra troca de pele. Nos anos 60 e 70, mesmo as pessoas mais próximas a ele sentiam não saberem como ele realmente era. Em 1979, quando parecia que ele já não podia mais surpreender, ele apareceu convertido ao cristianismo e cantando música gospel. Esse álbum é o primeiro dessa fase, que meio que está para ele assim como a fase Racional está para Tim Maia.
Nothing From Nothing – Billy Preston
Billy Preston é o tecladista que tocou com os Beatles nas gravações do “Let It Be”, como mostrado na série Get Back. Como músico contratado, ele já acompanhou outros gigantes do rock britânico, como Rolling Stones e Eric Clapton.
Em carreira solo, ele gravou muitos álbuns soul e gospel, mas fez outras coisas também. Gosto desta música, que segue uma linha mais Marvin Gaye e Stevie Wonder. Adoro o sorriso dele, e o black power ficou muito style!
Essa banda dele era tanta gente que dava até para jogar futebol society — se desse mole, sobrava até alguns para ficar na reserva!
Diary of a Mad Man – Ozzy Osbourne
Se você é uma dessas pessoas que não entendem porque Randy Rhoads até hoje é tão idolatrado… essa música é para você!
Ela é uma das que melhor representa as contribuições do virtuoso guitarrista para o começo da carreira solo de Ozzy. E uma das que melhor representa sua sofisticada mistura de heavy metal com música clássica. Reza a lenda que, quando Randy tocou essa introdução pela primeira vez para o vocalista, ele respondeu algo do tipo: “Como é que eu vou cantar essa porra? Tá pensando que eu sou o quê? Frank Zappa?”
Ouça a playlist Camarada Garcia Recomenda no Spotify: