Ir para o conteúdo Camarada Garcia Recomenda #6 – Cinco recomendações musicais aleatórias
Aqui estão cinco músicas aleatórias que, se você não conhece, deveria. Músicas (ou versões) que julgo não serem muito conhecidas (ou pelo menos não conhecidas o bastante), e que fazem parte da trilha sonora da minha vida (e podem fazer parte da sua também).
This is England – The Clash
Álbum favorito de muitos fãs do The Clash, como Kurt Cobain, “Combat Rock” (1982) marcou o auge de sua popularidade. Com hits como “Should I Stay or Should I Go” e “Rock the Casbah”, eles bombaram nas rádios e tocaram em estádios. Depois dele, entretanto, tensões internas levaram à demissão do baterista Topper Headon e saída de Mick Jones. Aí a banda implodiu.
O vocalista Joe Strummer, teimoso que só, se recusou a aceitar o fato, e insistiu em retornar com uma nova formação com “Cut the Crap” (1985). Com uma produção pouco polida, composições pouco inspiradas e uma esquisita adoção de elementos como sequenciadores (mais característicos do hip hop), foi um fiasco que enterrou a banda de uma vez por todas.
Ele acabou marcando o som de uma banda histórica morrendo. Não foram poucas as listas de piores álbuns de grandes bandas em que esse disco entrou, mas a faixa “This is England” é muito boa! Por ironia do destino, os elementos de hip hop que Joe Strummer tentou adotar foram muito melhor utilizados por Mick Jones no Big Audio Dynamite.
Love Earth – Neil Young
Desde janeiro de 2022, Neil Young ordenou a retirada de suas músicas do Spotify em represália à disseminação de fake news negacionista anti-vax por parte do podcast de Joe Rogan. Que falta faz os discos dele!
A música “Love Earth” foi uma lançada em 2022, e eu curti muito. O canadense, que sempre faz o que lhe dessa na telha, nem sempre lança coisas que me agradam; mas até hoje vez ou outra lança algo que entra na minha lista de favoritas dele.
West End Girls (New lockdown version) – Pet Shop Boys
Não seria exagero dizer que “West End Girls”, dos Pet Shop Boys, foi uma das músicas mais populares de 1986. No top 100 anual da Billboard, ela ficou em #15. No Brasil, segundo o site Mais Tocadas, entre as mais tocadas do ano ela está em #44; à frente de “Sledgehammer”, de Peter Gabriel (#54) e “Forever Young”, do Alphaville (45).
Há alguns anos, ainda durante a pandemia, o duo fez uma versão repaginada dela que me surpreendeu. Em minha humilde opinião, ficou (ainda) melhor que a original! Adorei a forma como a música parece mergulhar na gravidade zero quando entra o refrão — e depois volta.
Ready Steady Go – Generation X
É uma dessas músicas que eu não sei se está na trilha sonora de algum jogo da série Tony Hawk’s Pro Skater… mas, se não estiver, deveria!
Eu adoro o ritmo dela, e encapsula a essência do punk juvenil da época, algo incomum no punk inglês, sempre tão voltado para aquela coisa pseudo anarquista dos Sex Pistols ou os discursos politizados do The Clash. Está mais para o som despojado do Buzzcocks.
Slow Blues – Jimi Hendrix
Esta faixa não é de fato uma música, está mais para um esboço, é apenas uma jam. Ela foi gravada em seu estúdio particular (algo que pouquíssimos tinham na época), pelo engenheiro de som Eddie Kramer em 20 de agosto de 1970. Esse dia entrou para a história do rock como a última vez que o guitarrista entrou em um estúdio — logo a seguir, ele foi obrigado a partir para uma turnê europeia da qual jamais retornaria.
Ou seja, esta faixa foi a última coisa que Jimi Hendrix gravou antes de morrer.
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