Análise científica coloca Nirvana e R.E.M. no topo da lista de músicas mais tristes
HappyOrNot é um sistema de feedback instantâneo que mede de forma rápida e prática a satisfação (ou insatisfação) de usuários. Eles fizeram uma parceria com Annaliese Micallef Grimaud, doutorando em música na Durham University, para realizar uma interessante análise: entre as músicas mais ouvidas nos serviços de streaming, quais são as mais felizes e quais são as mais tristes?
As pesquisas chegaram a uma fórmula que leva em consideração os mais diferentes aspectos musicais, como ritmo, tom, escala e timbre para qualificar as que mais eficientemente transmitem alegria ou tristeza aos ouvintes.
O top 5 de músicas mais tristes foi:
- Something in the Way – Nirvana
- Everybody Hurts – R.E.M.
- Tears in Heaven – Eric Clapton
- Nutshell – Alice in Chains
- Black – Pearl Jam
Curioso observar que das cinco músicas mais tristes, três foram de bandas grunge, e quatro foram gravadas entre 1991 e 92. E mesmo assim, “Nutshell” é de 94. Teria sido aquela a década mais triste?
“Os resultados da minha pesquisa indicam que um ritmo lento”, comentou Grimaud, “tom menor, articulação em legato, dinâmica suave, afinação baixa e timbre sombrio ajudam a transmitir tristeza na música. Da lista de músicas tristes, ‘Something in the Way’ do Nirvana foi classificada como a música mais triste. A música é escrita em modo menor, tem ritmo lento, dinâmica suave, o menor valor médio de frequência e afinação baixa vocal, fazendo dela mais triste em comparação às outras músicas.”
O top 5 de músicas mais felizes foi:
- Happy – Pharrell Williams
- Hey Ya – Outkast
- Girls Just Wanna Have Fun – Cyndi Lauper
- Don’t Stop Me Now – Queen
- Feeling Good – Nina Simone
“Da lista de músicas alegres, ‘Happy’ de Pharrell Williams foi classificada como a música mais alegre”, comentou Grimaud. “Em comparação com as outras músicas da lista, ‘Happy’ tem o andamento mais rápido, o nível mais alto de dinâmica, o maior valor médio de frequência e níveis elevados de afinação na faixa vocal. E, embora a música varie no modo, elementos relacionados a um tom maior também estão presentes.”
Annaliese Micallef Grimaud comentou seu método
“Em minha pesquisa, exploro como as pessoas, independentemente de seu conhecimento musical […], percebem diferentes emoções soam na música. Certos ‘níveis’ de características musicais e suas combinações tendem a ser associados a emoções específicas. Por si só, as pistas podem apontar para mais de uma emoção, por exemplo, um andamento lento pode ser tanto para uma música triste quanto para uma calma, mas quanto mais pistas na combinação, maior a chance de comunicar com sucesso uma emoção específica.”
“Versões dessas ‘fórmulas’ foram usadas para analisar as músicas fornecidas aqui para determinar qual música é a mais alegre e a mais triste, com base na pesquisa. Aqui, estamos observando como as pistas são usadas para comunicar emoção na música tonal ocidental, no entanto, o uso dessas pistas pode diferir em outras culturas. Embora as músicas analisadas sejam comerciais e contenham letras (o que torna mais desafiador dissecá-las) as fórmulas nos dão uma boa indicação de quais expressam mais tristeza e alegria.”